Randolfe: posição em relação ao segundo turno no Amapá está em debate
Senador mais votado da história do Amapá, parlamentar pondera que decisão definitiva caberá à deliberação das lideranças que integram o seu arco de alianças, o que ocorrerá no máximo até a próxima sexta-feira.

Senador mais votado da história do Amapá, Randolfe Rodrigues (REDE) afirmou nesta terça-feira (09) no programa LuizMeloEntrevista (DiárioFM 90,9) que não se identifica com nenhum dos candidatos que disputarão o 2º turno e por isso defende uma posição de independência, isto é, liberando a militância para votar de acordo com o entendimento de cada um.
“Mantenho a nossa manifestação de domingo (após a apuração dos votos); em princípio a nossa posição é de independência, mas isso será definido daqui pra quinta ou sexta-feira, em uma reunião que teremos com os principais líderes do nosso grupo político: Davi Alcolumbre, prefeito Clécio, Bala Rocha, Silvana Vedovelli e outras lideranças do nosso arco de alianças, quando vamos trocar ideias sobre isso, mas em princípio nós advogamos o discurso de alternância ao troca-troca dos últimos 24 anos”, comentou.
Randolfe explicou e justificou a sua decisão pessoal no 2º turno:
– Existem duas possibilidades, uma é votar em um dos dois (que vão disputar o 2º turno) ou liberar os eleitores; inclusive a liberação dos eleitores já está presente no cenário político do Amapá, como aconteceu em 2002 e 2016 quando o PSB liberou a sua militância.
Ao reforçar o discurso que o tem notabilizado no exercício do mandato de senador, que tem como foco a necessidade de fazer oposição responsável, priorizando os interesses do Amapá, por isso sem descartar articulações com grupos contrários, como aconteceu com as duas Emendas Constitucionais (EC) que possibilitam a transposição de servidores do ex-território ao quadro da União, pontuando que o político é respeitado no Congresso Nacional por suas posições e não por subserviência.
Com relação ao cenário nacional, para Randolfe nem Bolsonaro e nem Haddad representam “o novo na política” como quer o povo brasileiro. A REDE está debatendo a questão, mas sua posição pessoal é, “nenhum voto em Bolsonaro”, sem poupar o PT de profundas críticas, particularmente em relação à sua tolerância com a corrupção. Ele também descartou integrar qualquer um dos governos de ambos.
Ao ser perguntado se daqui a 4 anos será candidato à presidência da Republica ou ao governo do Amapá, disse que ainda é muito cedo para definir o seu futuro político, argumentando que o maior foco é o seu plano de trabalho para os próximos anos, que além da defesa dos interesses do estado, tem como prioridade o fortalecimento das instituições democráticas, citando o Ministério Público (MP), a Polícia Federal (PF) e o Poder Judiciário.
Respondendo a comentário feito por telefone pelo presidente da Federação Amapaense de Pecuária, Iraçú Collares, afirmando que, ao assumir posição de independência e por não se identificar com nenhum dos candidatos do 2º turno, significava dizer que ele estava revelando que vai votar “em branco”, considerando que o PT tem um histórico de corrupção, inclusive com a sua maior liderança, o ex-presidente Lula, preso, Randolfe minimizou:
– Tenho que fazer uma profunda crítica ao PT; acho que o PT tem que começar esse 2º turno fazendo autocrítica da sua trajetória, dos vacilos que cometeu durante os 13, 14 anos que exerceu a Presidência da República, como, por exemplo, da sua tolerância à corrupção.
O senador também criticou a possibilidade, afirmando discordar da intenção manifestada ao longo do 1º turno, de Fernando Haddad, caso eleito, “conceder perdão presidencial” a Lula, livrando-o da pena imposta e, via de consequência, da prisão porque, segundo ele, as decisões judiciais devem ser respeitadas.
Transposição
Vários ouvintes, pelo WhatsApp, perguntaram a Randolfe sobre a tramitação do processo de transposição. Ele respondeu que o processo está em andamento, que na última ata publicada mais oito amapaenses já tiveram os seus processos deferidos e previu que muito em breve todos os requerimentos serão apreciados, com a publicação das referidas atas. Ele comentou que o parecer contrário da Procuradora-Geral da República (PGR) à Ação Direta de Constitucionalidade contra a medida é natural, porque, em tese, ela tem que ser favorável ao pedido do Ministério Público; mas garantiu que o trabalho jurídico que está sendo feito pela Advocacia-Geral da União (AGU), pela Advocacia do Senado e demais entes interessados lhe dá segurança de que “absolutamente nada” derrubará esse direito legítimo, porque Constitucional” dos servidores dos ex-territórios.
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