Política

Randolfe sugere que CPI da Pandemia comece a definir investigados

Senador amapaense citou o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello e o ex-secretário-executivo da pasta Elcio Franco como dois que, na sua opinião, deveriam ser alvo de investigações formais.


O vice-presidente da CPI da Pandemia, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), afirmou nesta sexta-feira (11) que já há condições de selecionar investigados entre as pessoas que prestaram depoimento. Ele citou o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello e o ex-secretário-executivo da pasta Elcio Franco como dois que, na sua opinião, deveriam ser alvo de investigações formais.

 

Na quinta-feira (10) a CPI aprovou a quebra de sigilo de vários nomes ligados ao ministério, sinalizando possíveis investigados. Entre eles estão Pazuello e Franco. Alguns dos depoentes recorreram ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra a medida.

 

— É direito deles recorrer, mas quem assim o faz e não colabora com a CPI deixa em nós o sentimento de que tem algo a esconder — observou. O senador lembrou que a prerrogativa de definir quem vai figurar na condição de investigado é do relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL).

 

Randolfe mencionou ainda a situação do empresário Carlos Wizard, que foi convocado para depoimento, mas não ainda foi localizado. Caso ele não confirme presença, a CPI pode pedir a sua condução coercitiva, afirmou o senador.

 

— Estamos tomando as medidas necessárias para confirmar que ele foi notificado [da convocação]. Então, se ele não comparecer, o encaminhamento é requerer à autoridade judicial a condução coercitiva.

 

Cientistas

Randolfe e outros senadores membros da comissão também comentaram a audiência desta sexta, onde foram ouvidos o médico Claudio Maierovitch e a bióloga Natália Pasternak. Para o vice-presidente da CPI, a informação mais relevante do dia foi a estimativa do número de mortes a menos que o Brasil poderia ter alcançado se tivesse observado uma série de medidas sanitárias, como regras de isolamento.

 

— Se essa CPI tem uma razão de existir, é salvar vidas. Hoje ouvimos renomados cientistas apontarem o caminho que deveria ter sido tomado para isso.

 

Natália Pasternak citou um estudo do epidemiologista Pedro Hallal, da Universidade Federal de Pelotas (UFPEL), publicado na revista científica The Lancet. O trabalho estima que, quando o Brasil atingir o número de 500 mil mortes, 375 mil delas seriam evitáveis com a adoção de protocolos que foram seguidos em outros países.

 

O senador Rogério Carvalho (PT-SE) disse que a revelação desse número torna interessante que a CPI possa ouvir representantes dos consórcios de governos estaduais. Ele informou que protocolou requerimentos convidando esses grupos.

 

— Quem sabe possam prestar esclarecimentos sobre a dificuldade que tiveram para adotar medidas restritivas para diminuir o contágio com a atuação e sabotagem permanentes do Palácio do Planalto.

 

Fonte: Agência Senado


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