Raquel Capiberibe admite coligações com partidos de esquerda, de centro e de direita
Presidente regional do PMN, ex-deputada federal e conselheira aposentada do TCE/AP só descarta aliança com o PDT, do governador Waldez Góes.

Entrevistada com exclusividade neste sábado pela bancada do programa Togas&Becas (DiárioFM 90,9) composta pelos advogados Wagner Gomes e Evaldy Motta, apresentado pelo também advogado Helder Carneiro, a presidente do Partido da Mobilização Nacional (PMN) no Amapá, ex-deputada federal e conselheira aposentada do Tribunal de Contas do Estado (TCE/AP) Raquel Capiberibe admitiu que poderá fazer coligações com partidos de esquerda, de centro e de direita, à exceção do Partido Democrático Trabalhista (PDT), presidido no estado pelo governador Waldez Góes.
“Eu fui deputada federal constituinte e fazia forte oposição ao ‘Centrão’, sempre me posicionei à esquerda, eu sempre radicalizei as minhas posições durante toda a minha vida política, mas essa esquerda se desvirtuou e isso me tirou do sério. Hoje tem que ser mais maleável, tem que ter jogo de cintura, pensar melhor na população e não só no partido, querer se deputada senadora, governadora ou vice, porque assim você não vai pra frente”, pontuou. Perguntada se nesse caso, haveria possibilidade de costurar uma aliança com o PDT, ela afirmou que essa possibilidade não existe, mas ponderou que não há restrição a qualquer outro partido, seja de esquerda, centro ou direta. E disparou: “O importante é priorizar o trabalho político voltado para a população”.
Professora da rede pública estadual por vários anos, Raquel, que também já foi vice-prefeita de Macapá pelo PMDB, na administração do ex-prefeito Azevedo Costa (ambos foram os primeiros gestores de Macapá eleitos pelo voto após o governo militar) lembrou que os pequenos partidos terão que eleger o maior número possível de deputados federais para que não sejam extintos em função da cláusula de barreira, aprovada recentemente no projeto de reforma política, mas afirmou que é preciso se preocupar mais com a qualidade do que com a quantidade:
– A cláusula de barreira imposta aos partidos pequenos – que chamam de nanicos, e no Amapá dos 35 partidos, acho que mais de 70% são nanicos – exige que você eleja deputados federais para poder sobreviver, mas se você não trabalhar isso com seriedade, colocando candidatos que não queiram seguir o mesmo caminho dos que já passaram por ai, porque eleger deputado federal ou senador apenas para negociar é doloroso. A gente quer que tenha propostas de leis que façam realmente com que o Amapá apareça com dignidade no cenário nacional.
Instada a comentar sobre a ascensão da extrema-direita no cenário internacional e com a possibilidade do fenômeno também ocorrer no Brasil com o crescimento de nomes como o do capitão do Exército e deputado federal Jair Bolsonaro, Raquel Capiberibe previu que vão surgir outros candidatos capazes superar os extremistas: “A população tem que combater veementemente essa possibilidade; eu católica praticante e peço toda noite que Deus nos livre (do Bolsonaro); já não basta o que está aí? Ele discrimina tudo, não respeita as mulheres, não respeita ninguém… Vamos escolher outro nome para acabar com essa insatisfação popular, não necessariamente ele. Há preocupação com a falta de nomes, mas até as convenções novos nomes vão surgir. Há certa expectativa com relação ao Joaquim Barbosa (ex-ministro do STF) se filiar a algum partido… É um homem sério, é alternativa; apesar de ser considerado muito rígido, ele vai se adaptar, vai se ajustar, ele vai ter esse controle na orientação de um partido”.
Sobre eventual candidatura dela nas eleições gerais de 2018, Raquel se mostrou reticente: “Até há pouco tempo eu vinha pensando nisso, mas para você ser candidato tem que ter no mínimo recursos financeiros para a sua estrutura, para mobilização, porque você tem que percorrer todos os municípios, percorrer grandes distâncias, como Oiapoque e o Vale do Jarí, por exemplo… Isso me levou a botar um pé atrás… Como vamos garantir combustível para a campanha com o preço que está?
Irmã de senador João Capiberibe, Raquel assegurou que o fato de não ter acompanhado politicamente o PSB nas últimas eleições não quer dizer que haja divergências de ideologias entre ambos e tampouco está afastada a possibilidade de eventual coligação para a disputa das próximas eleições: “Nós conseguimos organizar o PMN em 15 dos 16 municípios do Amapá, isso com muitas dificuldades porque o partido não recebe nem fundo partidário. Eu tenho vôo próprio, vontade própria para fazer o partido crescer. Eu tenho respeito e consideração muito grande com o Capí, a gente conversa toda semana pelo WhatsApp, de vez em quando a gente almoça junto na casa dele e da minha irmã… Nós não temos divergência nenhuma, porém, nas eleições de 2018 eu tenho que buscar coligação onde eu possa eleger meus candidatos a deputado estadual, federal, senador e governador pra dar gordura maior ao PMN. Mas se for interessante coligar com o PSB, se a gente for aceita… Eu não descarto nenhuma possibilidade, só descarto coligação com o PDT”.
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