Resolução da Executiva Nacional deixa o PT do Amapá mais perto de Capiberibe
Partido decidiu coligar em todo o país com PSB e PCdoB, que acenaram com a possibilidade de indicar o vice na chapa do ex-presidente Lula.

Durante reunião em Belo Horizonte (MG), a executiva nacional do PT decidiu que o partido vai coligar nas chapas majoritárias e proporcionais em todo o país com o PSB e o PCdoB, independentemente de acordos regionais já consolidados. Em entrevista concedida ao Diário do Amapá, o presidente da sigla no estado, Antônio Nogueira, que participou da reunião com o vice-presidente Marcos Roberto, disse que a deliberação “é correta”, porque ambos os partidos acenaram com a possibilidade de indicação do candidato a vice na chapa do ex-presidente Lula.
“O PT Nacional deliberou, corretamente, o óbvio, isto é, fazer alianças em busca de coligação, preferencial, com os dois partidos de esquerda que acenaram com a possibilidade de indicar o candidato a vice de Lula (PSB e PCdoB). No entanto, isso não significa que o PT fará coligação apenas com esses dois Partidos, no Brasil inteiro. As conversas com outras agremiações partidárias de centro-esquerda não irão cessar após a definição da vice-presidência”, explicou Nogueira.
O presidente do PT no Amapá lembrou que também existem os interesses eleitorais nos estados, o que na opinião dele serão determinantes para qualquer aliança nacional: “Em Minas Gerais, por exemplo, o ex-prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda, do PSB, que está em 2º segundo lugar nas pesquisas, próximo do primeiro, e terá apoio de Ciro Gomes, teria que desistir da candidatura e apoiar a reeleição do atual governador, Fernando Pimentel (PT). Em contrapartida, em Pernambuco, o PT teria que abrir mão da candidatura da vereadora Marília Arraes, que está em 1º lugar, para apoiar a reeleição de Paulo Câmara (PSB), que é o 2º colocado nas pesquisas. Em São Paulo, o governador Márcio França (PSB), que apoia Geraldo Alckmin (PSDB) para presidente, teria que receber o apoio do PT, que está melhor colocado entre os dois. E, lá, o PDT apoia Luiz Marinho (PT) para governador. Já no Distrito Federal, porém, não existe sequer a possibilidade de diálogo do PT com o governador Rodrigo Rollemberg (PSB)”.
Mesmo diante dessas diversidades regionais, Antônio Nogueira entende que a consolidação dessa aliança nacional dependerá dos interesses regionais dos grandes centros urbanos, que são determinantes nas deliberações dos partidos políticos. Ainda de acordo com ele, essa estratégia tem como objetivo a eleição do maior número possível de deputados federais, imprescindível para a sobrevivência dos partidos.
Cenário local
Na opinião de Nogueira, o PT terá chances remotas de eleger um deputado federal se a coligação com o PSB se consolidar, porque os candidatos do partido de Capiberibe são mais competitivos que os do PT. “Esse quadro fragiliza o partido, por isso a nossa opção é coligar com o PDT, cuja aliança foi previamente discutida, porque o PT concorre de igual pra igual numa chapa que disputará duas das oito vagas, com chances reais de eleger petistas. Ademais, tanto o PSB de Capiberibe como o PDT de Waldez Góes, que estão empatados nas pesquisas, já garantiram palanques para o Lula no Amapá, mesmo com o PDT tendo Ciro Gomes como candidato à Presidência, a exemplo do que fez nas quatro últimas eleições (Lula e Dilma), apesar de que em uma das eleições o partido concorreu ao Palácio do Planalto com o senador Cristovam Buarque”, pondera Nogueira.
Definição de candidaturas
Ao dar como “acertada” a Resolução do PT nacional por acabar de vez com o ‘fantasma’ das intervenções nos estados, Antônio Nogueira considera como pouco provável PT e PSB se ajustarem nos grandes colégios eleitorais. “De qualquer maneira antes do dia 27 de julho (início do prazo para a realização dos encontros estaduais de definição de candidaturas do PT em todo o país) haverá uma orientação geral por parte da executiva nacional para que caminhemos com o PSB, mas não havendo esses ajustes, o curso será a homologação das estratégias de alianças locais a serem definidas no final de julho pelos estados”, ponderou, finalizando:
– É importante destacar que não existe, na Resolução, obrigatoriedade de Coligação com o PSB e com o PCdoB nos Estados. Ela apenas orienta no sentido de darmos preferência a eles, em caso de atendimento dos interesses locais, sintonizados com os interesses nacionais, tendo como prioridade a eleição de Lula presidente e de deputados e deputadas federais.
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