Retrospectiva 2020: Macapá realiza eleição municipal sem precedentes na história do país
Eleição: Capital do Amapá vive evento sem precedentes na história política do país

Elden Carlos
Da Redação
O ano de 2020 também foi marcado, em Macapá, por um fato sem precedentes na história política do país. O apagão – que deixou 13 dos 16 municípios do estado sem energia elétrica por 21 dias – levou o Tribunal Regional Eleitoral do Amapá (TRE-AP) a solicitar ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) o adiamento das eleições municipais na capital. O pedido foi com base na falta de segurança pública necessária naquele momento.
No dia 11 de novembro [9º dia do apagão], o juíz Luís Roberto Barroso, atendendo ao pedido do TRE do Amapá, determinou o adiamento da eleição em Macapá, inicialmente marcada para os dias 15 e 29 de novembro.
O novo pleito foi marcado para os dias 3 e 27 de dezembro, sendo a última em caso de segundo turno, além de ser o dia limite para as eleições municipais, segundo a PEC aprovada em julho deste ano.
O anúncio das novas datas levou nove dos dez candidatos a prefeito de Macapá a criarem um abaixo-assinado. O documento pedia que a eleição fosse realizada no dia 29 de novembro [1° turno] e 13 de dezembro [2° turno]. No dia 18 de novembro o TSE definiu que a eleição deveria ocorrer nos dias 6 e 20 de dezembro.
Macapá foi o único município – entre os 5.570 do país – a realizar o processo eleitoral fora do calendário geral. A mudança provocou uma reviravolta em muitas campanhas que estavam em andamento, principalmente, para a prefeitura. Na disputa a uma cadeira à Câmara de Vereadores, alguns candidatos se disseram prejudicados com o adiamento do pleito, tendo em vista a escassez de recursos com que já vinham trabalhando. O poder econômico, segundo especialistas, prevaleceu nesse momento em muitos casos.
Dez prefeituráveis ‘zeraram’ suas campanhas, focando novas estratégias no ‘pós-apagão’. Para muitos analistas políticos, o apagão modificou completamente o cenário desenhado antes do blackout pelas pesquisas de intenção de voto divulgadas pelos institutos especializados.
A ‘caça aos votos’ ganhou novos formatos. Jingles populares, peças publicitárias motivacionais e outras estratégias de marketing buscaram conquistar o voto do eleitorado indeciso. Segundo o Tribunal Regional Eleitoral do Amapá, 292.718 eleitores estavam aptos a votar na capital.
O primeiro turno, realizado no dia 6 de dezembro, teve uma abstenção de 25,81%. Foram 75.557 eleitores que deixaram de comparecer às urnas. Mesmo ficando em quarto lugar entre os candidatos, Cirilo Fernandes (PRTB) que disputou o pleito sem recursos do fundo eleitoral e sem tempo de propaganda no rádio e na TV, foi um dos destaques na primeira fase do certame. Ele obteve 23.588 votos (11,68%), virando sobre Patrícia Ferraz (Podemos) que fez uma das campanhas mais caras do pleito. Patrícia teve 22.761 votos (11,27%).
Capi (PSB) que já se considerava no segundo turno, acabou definhando na reta final, sendo batido pelo Dr. Furlan (Cidadania). Capi ficou na terceira posição com 30.160 votos (14,94%). No terceiro mandato como deputado estadual, Furlan levou 32.369 sufrágios (16,03%). Josiel Alcolumbre (DEM) encerrou a campanha do 1º turno na primeira posição com 59.511 votos (29,47%).
Segundo turno com abstenção recorde elege Dr. Furlan prefeito
Josiel e Dr. Furlan participaram de vários debates no rádio e na TV. O tom foi de ataques pessoais em muitos deles. Furlan acabou recebendo adesão da maioria dos concorrentes do primeiro turno. O marketing político criou o ‘Prefeitão’, que caiu no gosto popular.
Josiel apostou em uma campanha de continuidade ao trabalho do atual prefeito, Clécio Luis, que deixa o mandato de 8 anos com 60% de aprovação popular. O resultado nas urnas veio após uma das maiores abstenções registradas pelo TRE na capital amapaense (33,99%). Foram 99.508 eleitores que deixaram de votar. O comparecimento foi de 66,01% (193.210 votantes).
Desde a primeira parcial divulgada pelo TSE, Dr. Furlan apareceu em primeiro lugar. Por volta de 18h25 o médico cardiologista e deputado estadual (nessa ordem) era eleito prefeito de Macapá com 101.091 votos (55,67%). Josiel Alcolumbre obteve 80.499 votos (44,33%).
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