Política

Rota marítima entre China e Brasil fortalece comércio e impulsiona desenvolvimento no Norte e Nordeste

Chamado Canal Dourado, conexão entre Porto de Gaolan, na China, e portos de Santana (AP) e Salvador (BA), vão reduzir tempo de transporte e baratear custos


 

A nova rota marítima direta entre a China e o Brasil começou a operar oficialmente, estabelecendo uma conexão inédita entre o Porto de Gaolan, na cidade de Zhuhai, e os portos brasileiros de Santana (AP) e Salvador (BA). A iniciativa representa um avanço significativo nas relações comerciais entre os dois países, com impactos logísticos, econômicos e geopolíticos, especialmente para as regiões Norte e Nordeste do Brasil.

 

Além disso, reforça a posição do país como parceiro estratégico da China. O Porto de Gaolan é o único de águas profundas na região e movimenta até 160 milhões de toneladas por ano.

 

Fruto de acordos bilaterais firmados entre os governos brasileiro e chinês, a nova rota simboliza um momento de cooperação econômica e tecnológica. A conexão direta entre o Brasil e a Ásia ampliará o acesso a mercados emergentes da América do Sul, fortalecendo o papel dos portos brasileiros na logística global.

O novo corredor marítimo atende diretamente zonas estratégicas de produção agrícola e mineral, consolidando os portos de Santana e Salvador como hubs para o escoamento de produtos como soja, minério de ferro, carne bovina e celulose, além de facilitar a importação de insumos industriais e tecnológicos vindos da Ásia.

 

Segundo o ministro de portos e aeroportos, Silvio Costa Filho, a nova rota não apenas amplia a presença dos portos brasileiros no cenário internacional, mas também contribui para uma logística mais eficiente, sustentável e integrada. “Queremos que essa integração se traduza em desenvolvimento para os estados do Norte e do Nordeste, seguindo a agenda sustentável e proporcionando ganhos sociais, econômicos e logísticos para todo o país”, destacou o ministro.

 

O secretário nacional de portos, Alex Ávila, reforçou que “a nova rota fortalece a logística verde brasileira ao reduzir as emissões, conectando o Brasil ao mundo com mais eficiência e responsabilidade ambiental”.

 

Movimentação em Santana

Segundo os dados do Estatístico Aquaviário da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), os portos públicos movimentaram 40,1 milhões de toneladas de cargas em março de 2025. O número representa aumento de 1,96% em comparação com o mesmo período do ano anterior.

 

E entre os 20 portos públicos que mais movimentam no país, o com maior crescimento percentual no terceiro mês do ano foi o Porto de Santana, no Amapá. O aumento foi de 47,33%, em comparação com março de 2024, e a movimentação atingiu 0,4 milhão de toneladas.

 

Rotas de Integração

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, afirmou, na sexta-feira (9) que a China tem grande interesse em investir no sistema ferroviário brasileiro. De acordo com ela, os ministros dos Transportes, Renan Filho, e da Casa Civil, Rui Costa, já estão em tratativas com grupos do país asiático.

 

A visita de Lula à China é realizada no momento em que o Brasil discute as Rotas de Integração na América do Sul. Os projetos pretendem reduzir custos logísticos, ampliar o comércio regional e aproximar o continente da Ásia.

 

De acordo com Tebet, “falta muito pouco” para as rotas serem concluídas. A estimativa oficial é até 2026, fim do atual mandato do presidente.

 

O único projeto que não está dentro do prazo é a Rota 1, ou das Guianas. Ela pretende conectar a região Norte, incluindo Manaus e Macapá, à Venezuela, Guiana e Guiana Francesa. A ministra afirmou que a logística brasileira já está preparada. “O problema é que a antiga Guiana Inglesa tem a questão da reserva ambiental”, disse.

 

 


Deixe seu comentário


Publicidade