Senador Randolfe preside audiência pública sobre plano de saúde Geap
O levantamento apresentado pelo senador Randolfe mostra que nos últimos três anos, o aumento foi de 80%, número superior à inflação que não passou de 11% entre 2016 e 2018.

Nesta terça-feira, dia 24, às 10h, na Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e Controle e Defesa do Consumidor (CTFC) do Senado, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) vai presidir audiência pública para tratar do aumento considerado absurdo do plano GEAP Saúde.
O senador fez o requerimento da audiência no mês passado e convocou o presidente do Conselho de Administração do GEAP, Marcus Vinícius Severo, para dar explicações sobre os reajustes que são considerados abusivos no plano de saúde. O levantamento apresentado pelo senador Randolfe mostra que nos últimos três anos, o aumento foi de 80%, número superior à inflação que não passou de 11% entre 2016 e 2018.
Os dados levantados pelo senador mostram os seguintes reajustes: em 2016 a inflação foi de 6,2% e o reajuste chegou a 37,5%; em 2017 reajuste de 23,44% para uma inflação de 2,9%; e em 2018 houve aumento de 19,94% para uma inflação estimada em 2,8%.
O plano de saúde também está sendo acusado de abusar na cobrança da coparticipação – o que o servidor paga sobre os procedimentos e exames, neste caso o percentual de aumento chega a 30%, o que muitas vezes provoca a duplicação do valor da parcela. Além disso, o parlamentar vai reivindicar ao governo federal a ampliação da contrapartida de 50% ou até de 100%; e por último, o senador se comprometeu a acionar sua assessoria jurídica para mover uma ação na justiça que possa barrar novos aumentos e reduzir o valor das mensalidades.
Mais de 100 milhões para não quebrar – Na semana passada, o novo diretor executivo da empresa, Roberto Sérgio Fontenele Candido, revelou que Geap Saúde está muito perto da falência, que, caso não contabilize uma receita de R$ 130 milhões até o fim de junho, a empresa poderá ser liquidada pela Agência Nacional de Saúde (ANS).
“Estou preocupado em realizar alguma coisa para tentar salvar a Geap. Qual é a situação? Estamos com direção fiscal e, se no dia 30 de junho, daqui a dois meses, não colocar R$ 130 milhões no caixa da Geap, ela entrará em direção técnica e, imediatamente, entrará em liquidação judicial pela ANS”, afirma. Ele garante que ninguém quer isso, nem o governo. Mas a situação é dramática. “Tem muita gente apostando que vamos encontrar uma solução. Eu já disse para alguns interlocutores: não faço milagres, não fabrico dinheiro”, frisou.
Fontenele, que assumiu a diretoria executiva em 29 de março, não economizou nas palavras para descrever a situação atual da Geap Saúde. “É uma empresa que está pegando fogo. Não vamos mentir. Sou um cara transparente, vocês me conhecem. Nunca vi uma empresa com tantos problemas, mas não é culpa de vocês. É culpa de gestões anteriores”, enfatiza. Ele foi além: “Tenho 15 anos de mercado e nunca vi nada parecido com o que estou vendo na diretoria executiva. É uma pena”.
O executivo ressaltou ainda que, se não houver uma solução rápida nos próximos 60 dias, todos da Geap Saúde perderão os empregos. “Não sobrará nenhum (emprego) porque não fizeram o que deveria ter sido feito. A Geap só gasta, gasta, gasta. Contrata, contrata, contrata”, disse. Ele acrescentou que a empresa está perdendo uma média de cinco mil clientes por mês. “Eu já conheci a Geap com 900 mil pessoas. Hoje, tem 450 mil associados que estão absolutamente à deriva. Dá vontade de parar e de chorar”, frisou.
Fontenele foi gerente do plano de saúde da Caixa Econômica Federal por 15 anos. Ele afirma que, para administrar planos de saúde é preciso seriedade, honestidade e respeito às pessoas que pagam as mensalidades para serem atendidas. “E tudo isso é o que não encontrei na diretoria executiva da Geap”, garante.
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