Três deputados renunciam a cargos na mesa diretora da Assembleia Legislativa do Amapá
Os três que renunciaram fizeram discursos duros contra Amanajás, afirmando que nada melhorou na Assembleia mesmo com a saída de Moisés Souza, destituído da presidência no final do ano passado.

Paulo Silva
Editoria de Política
Em meio a uma sessão tumultuada, repleta de gritos, troca de farpas e de acusações, três integrantes da atual mesa diretora da Assembleia Legislativa do Amapá (Alap) renunciaram nesta terça-feira (22/11) aos cargos que ocupavam na atual gestão do presidente da Casa, deputado Jaci Amanajás (PV).
Sob a alegação de que Jaci Amanajás não vem cumprindo com a promessa de gestão compartilhada na Assembleia, renunciaram os cargos as deputadas Roseli Matos (1º vice-presidente), Edna Auzier (2ª secretária) e o deputado Pastor Oliveira (4º secretário). Ficaram nos cargos, além do presidente Jaci Amanajás, os deputados Fabrício Furlan (2º vice-presidente), Luciana Gurgel (2ª secretária) e Charles Marques (3º secretário).
“As prioridades aqui só são resolvidas após o expediente, como foi o caso dos 31 cheques assinados numa tarde de sexta-feira que provocou mais uma operação do MP e da polícia dentro da Assembleia. Dinheiro entra e sai sem que os integrantes da mesa tenham conhecimento da gestão. Até salário dos servidores e de ocupantes de cargos está atrasado”, disse Edna Auzier, dona do discurso mais forte.
Para o Pastor Oliveira, a “Operação Rescisória”, deflagrada pelo Ministério Público do Amapá (MP-AP), colocou em cheque a gestão do presidente Jaci Amanajás. “Se não participamos da gestão, não tem sentido fazermos parte da mesa”, argumentou Oliveira, que estava como integrante da mesa diretora desde a gestão de Moisés Souza.
Jaci Amanajás, que cumpre restante de mandato de Moisés Souza e de Kaká Barbosa, disse em sua defesa que todos os cargos de direção na Assembleia Legislativa do Amapá foram compartilhados e citou alguns beneficiados como Max da AABB e Fabrício Furlan (Obras), Charles Marques e Augusto Aguiar (Administração), Júnior Favacho e Ericláudio Alencar (Segurança) e Roseli Matos e Cristina Almeida (Rádio e Televisão).
Amanajás anunciou a existencia de R$ 4 milhões para a retomada da obra do prédio da Assembleia e falou da ameaça de perda da concessão de rádio e televisão se não resolver a situação até o final do ano. “Tenho mais coisas a dizer, mas meu tempo de cinco minutos está encerrado”, disse o presidente, como se o “mais coisas a dizer” fossem comprometedores.
A sessão também foi marcada por troca de farpas entre os deputados Augusto Aguiar, aliado do presidente Jaci Amanajás, e Pedro DaLua. Segundo DaLua, Aguiar tem tanto poder na Assembleia Legislativa que chega a mandar mais do que o presidente da Casa. “Não sei o que ele tem para conseguir tanto poder”, disse DaLua. Augusto Aguiar falou que é apenas leal ao presidente. Não se falou em eleição para ocupar os três cargos abertos na mesa diretora.
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