Política

Vereadores do Itaubal contestam prefeito e prometem apurar denúncias com rigor

Comissão processante, que pode decretar perda do mandato de Victor Hugo, deverá concluir os trabalhos na próxima semana


Um grupo de vereadores liderados pelo presidente da Câmara de Itaubal, Jailson da Costa Picanço esteve na manhã desta terça-feira (04) no programa LuizMeloEntrevista (DiárioFM 90.9) para contestar a afirmação do prefeito Victor Hugo, feita no dia anterior ao programa de que a sua relação com os parlamentares foi normalizada, e que tudo estaria sendo resolvido “na base do diálogo”.

Segundo os vereadores, absolutamente nada mudou na relação conturbada entre a prefeitura e a câmara, e anunciou que no decorrer da próxima semana os trabalhos da comissão processante, que pode decretar a perda do mandato do prefeito, serão concluídos. Acompanharam o presidente da câmara os vereadores Teco (presidente da comissão processante) e Clesiel (relator), a advogada e o procurador da câmara, Tatiane e Jeff, respectivamente.

“Fizemos questão de vir aqui para dizer que a comissão processante continua ativa, funcionando como prevê a legislação; a denuncia contra o prefeito foi recebida pela unanimidade dos vereadores no dia 29 abril e temos que apurar tudo com muito rigor, muito transparência e responsabilidade, garantindo o direito constitucional de ampla defesa e contraditório, que é o que está sendo feito; nós, vereadores e a população temos que ter respostas para os fatos relatados; existe necessidade de se esclarecer todas as questões, todas as possíveis infrações politicas e administrativa”, prometeu Clesiel.

O relator reclamou também da falta de informações à câmara sobre a gestão de Victor Hugo: “Não há respeito com a câmara, pois todos os nossos requerimentos de informações ficam sem resposta; e essa situação persiste; temos conhecimento que os recursos liberados para a prefeitura somam hoje mais de R$ 4 milhões e não se sabe como esse dinheiro está sendo aplicado esse dinheiro, porque além da falta de resposta aos nossos requerimentos, o portal da transparência da prefeitura, que existe desde o ano passado não está sendo usado; para se ter ideia nós não temos conhecimento nem mesmo dos cargos de confiança, porque absolutamente nada é publicado ou divulgado”.

Ainda de acordo com Clesiel, a população reclama da falta de serviços públicos em Itaubal: “O que mais tem irritado a nossa população é a falta de serviços públicos no município, que passa sérias dificuldades, inclusive na limpeza publica, com o acúmulo de lixos e entulhos nas ruas; o atendimento médico é insuficiente não apenas na sede do município, mas também em todas as comunidades, ficando o interior totalmente desassistido, inclusive sem dentistas, porque os dois que trabalhavam na sede do município foram demitidos pelo atual prefeito”.

Segundo o relator, apesar das dificuldades iniciais de se notificar o prefeito, por ele não residir no município, a comissão processante concluirá seus trabalhos na semana que vem: “Temos trabalhado de forma transparente, muito profissional, e a comunidade tem lotado as sessões da câmara, que hoje está sensível aos problemas comunidade; o prefeito tem vindo nas rádios de Macapá contando inverdade, no popular mentiras; Itaubal hoje vive um caos; além do acúmulo de lixos as ruas asfaltadas estão cheias de buracos; temos encaminhado proposições ao prefeito, mas não recebemos resposta, além de faltar publicidade aos atos da prefeitura; hoje ninguém sabe onde mora o prefeito Dr Victor; a população sempre soube dos ndereços de todos os antecessores, mas dele não, pois no endereço que ele deu no TRE (Tribunal Regional Eleitoral) quem mora é um enfermeiro”.

O vereador Clesiel também contestou a afirmação de Victor Hugo de que o município de Itaubal vive momentos difíceis porque teria sido afetado pela crise: “Dizer que Itaubal hoje vivem em crise financeira não é verdade, porque o município tem um orçamento de quase R$ 14 milhões; ao contrário do que afirma o prefeito, este ano houve aumento arrecadação de R$ 600 mil se comparado ao mesmo período da gestão anterior; não há crise, o que falta é gerenciamento dos recursos públicos; e é bom deixar bem claro que a câmara não bebe da mesma água do prefeito, pois somos independentes; é preciso deixar bem claro que vereadores não têm profissão, mas sim função, e estamos exercendo essa função atendendo aos interesses da população”, finalizou.

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