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Assaltantes ‘levantam’ dinheiro para libertar traficante em Oiapoque

Polícia Civil diz que assalto à casa de câmbio era para ‘levantar’ dinheiro para soltura do traficante internacional ‘Mazinho’.


O delegado Charles Corrêa, da Polícia Civil (PC) de Oiapoque, município distante 590 quilômetros da capital, Macapá, investiga a ligação dos assaltantes Alan de Souza Medeiros e Rômulo Souza da Costa com o traficante internacional de drogas, José Maria Pereira, o ‘Mazinho’, que foi preso em março deste ano em um sítio localizado a 8 quilômetros da sede do município fronteiriço.

Alan, Rômulo e mais dois comparsas assaltaram a casa de câmbio em abril deste ano. De acordo com o delegado, o assalto ao estabelecimento comercial seria para levantar recursos no sentido de pagar advogados para tirar o traficante Mazinho da cadeia. As fotos dos foragidos foram divulgadas nas redes sociais pela Polícia Civil.

Alan de Souza tem passagens pela polícia pelos crimes de homicídio (Art.121) e roubo (Art.157). Já Rômulo Souza, que é de Santarém (PA), tem várias passagens por roubo. Qualquer informação que possa levar ao paradeiro dos assaltantes deve ser feita ao número 190 da polícia.

‘Mazinho’ passou a ditar regras em comunidade com dois mil moradores, diz polícia

Desde que iniciou o combate ao crime organizado na região fronteiriça de Oiapoque, há seis anos, o delegado Charles Corrêa vem desmontando verdadeiras organizações criminosas que têm ramificações em vários estados do Brasil e, principalmente, tentáculos na Guiana Francesa e países da Europa, responsáveis pelo tráfico internacional de drogas e armas.

José Maria Pereira, o ‘Mazinho’, que já atuou como ‘Coiote’ naquela região, instalou-se em um sítio na comunidade de Vila Vitória, que fica a 8 quilômetros de Oiapoque, e em frente a cidade de São Jorge, do lado francês. Atualmente, cerca de duas mil pessoas vivem em Vila Vitória.

“Mazinho comandava o tráfico internacional de drogas naquela região. Ele montou uma organização criminosa e passou a agir como uma espécie de ‘dono da vila’. Para se ter ideia, ele entrava nos bares na companhia de comparsas, bebia, comia e depois ia embora sem pagar a conta. Quem ousava cobrar acabava ameaçado ou até mesmo agredido”, disse o delegado.

Mazinho mantinha negócios com traficantes internacionais. Em Vila Vitória, ele planejava roubos e ataques contra propriedades rurais, inclusive, mandando espancar as vítimas. O traficante também extorquia comerciantes, cobrava pedágio e aliciava menores para o tráfico de drogas.

“Em março deste ano, após constatar todos esses crimes, representamos pela prisão do Mazinho e seguimos para o sítio que ele mantém naquela região. Sabíamos que ele tinha armas e sempre era vigiado por capangas. Contamos com apoio das polícias Militar e Federal na operação de captura do criminoso”, declarou.

Para impedir que Mazinho fugisse do local, os policiais deixaram as viaturas a mais de um quilômetro da propriedade e seguiram a pés pela mata. Ao perceber a aproximação, o traficante ainda tentou escapar com um comparsa por uma região de lago, mas foi preso e encaminhado ao presídio de Oiapoque.

“O Mazinho se tornou uma espécie de ‘elo’ entro os interesses de outros criminosos. Agora, os bandidos tentam levantar dinheiro para conseguir sua liberdade. Por aí se vê a ‘organização’ que essas quadrilhas têm. Porém, continuaremos firmes no propósito de combater qualquer ação ilícita neste pedaço do Brasil”, concluiu Corrêa. 

Reportagem: Elden Carlos
Fotos: Divulgação


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