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Familiares de pacientes do HCAL são vítimas de golpes

Pelo menos dez familiares foram enganadas. Elas depositaram valores para compra de supostos medicamentos. Segundo vítimas, golpista tinha informações privilegiadas dos pacientes.


O professor Paulo Rogério e pelo menos mais dez familiares de pacientes que estão internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital de Clínicas Alberto Lima (HCAL) foram vítimas de um golpe na segunda-feira, 11. Durante entrevista na manhã dessa terça-feira, 12, ao programa LuizMeloEntrevista (Diário 90,9FM), o professor – cuja esposa passou por uma cirurgia delicada na semana passada – disse ter recebido uma ligação de um suposto médico que se identificou como André Soares.

“Na ligação esse suposto médico disse que o quadro clínico da minha esposa havia se agravado e que ela precisaria ser submetida a um novo procedimento de urgência. O que chamou a atenção foi que ele passou informações minuciosas sobre o leito onde ela estava, que tipo de cirurgia havia sido submetida antes, enfim, a pessoa tinha todos os detalhes do prontuário da minha esposa”, disse o professor.

O contato do falso médico era no sentido de informar que para o novo procedimento médico havia necessidade de se obter um medicamento que não está na tabela do Sistema Único de Saúde (SUS).

“Para isso essa pessoa que se identificou como Andrés Soares disse que o medicamento terceirizado poderia ser disponibilizado por outra pessoa identificada como Magno da Silva. No entanto, para que o medicamento fosse liberado, precisaríamos fazer o depósito de R$ 1,4 mil na conta desse Magno. Fui até a agência da Caixa Econômica Federal (CEF) onde depositei o valor na conta que me foi repassada”, declarou Paulo Rogério.

O falsário disse que após efetuar o depósito do valor, a família teria que levar o comprovante até a UTI e entregar ao suposto médico.

“A ficha caiu quando chegamos ao hospital e procuramos pelo suposto médico. Nos foi informado que não havia nenhum médico com esse nome. Nesse mesmo momento outras pessoas chegaram ao HCAL e descobrimos ali se tratar de um golpe. Foi quando resolvemos procurar a polícia.

As vítimas foram até o Centro Integrado em Operações de Segurança Pública (Ciosp) Pacoval, onde a ocorrência foi registrada. “Com essa ocorrência voltei na agência da Caixa e pedi o bloqueio do valor. Foi quando a gerência nos informou que esta conta está sob intervenção policial, e que a agência fica em Cuiabá (MT). Ao buscar o número que a pessoa havia ligado, descobrimos se tratar, também, de Mato Grosso”, detalhou.

Agora a polícia deverá instaurar inquérito para apurar o caso. “No mínimo houve vazamento de informações de dentro do hospital. Como? É o que precisamos saber. Procuramos a direção do hospital e eles disseram que não poderiam fazer nada, e que isso era um caso de polícia, mas se a informação vazou lá de dentro eles tem que mandar apurar esse fato”, concluiu.

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) se manifestou sobre o caso na manhã dessa terça-feira, 12, por meio de nota, afirmando que todas as medidas cabíveis sobre os fatos foram tomadas. Acompanhe a íntegra da nota

Nota Sesa

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) esclarece e alerta aos usuários da rede hospitalar para que fiquem atentos quanto a possíveis golpes de extorsão.

Familiares de pacientes internados da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) procuraram nesta segunda-feira, 11, a direção do Hospital de Clínicas Alberto Lima (HCAL) e relataram que um cidadão, se passando por médico, estaria ligando e cobrando dinheiro para a facilitação na realização de exames. O cidadão diz ainda que não reside no Estado e que estaria de partida e que para acelerar os procedimentos é necessário que o paciente deposite uma quantia em dinheiro que varia entre R$ 1 mil e R$ 1,5 mil.

Os familiares foram orientados pela administração do HCAL a registrarem o ocorrido junto à Polícia Civil. Diante de um possível vazamento de informações restritas aos prontuários, a Secretaria irá abrir sindicância interna para apurar se há responsabilidades de profissionais lotados no setor. Havendo confirmação da extorsão, a Sesa tomará as medidas cabíveis junto às Polícias Civil e Federal, como assim já fizeram outros estados, que tiveram vítimas deste tipo de crime.

A Sesa alerta para que os familiares não depositem nenhuma quantia em dinheiro, pois o Sistema Único de Saúde (SUS) não cobra valores aos usuários para a realização de nenhum tipo de procedimento e qualquer tentativa que use o nome dos hospitais estaduais deve ser denunciada na direção da unidade em que o usuário sofrer o assédio.


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