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Funcionários da Zamin confirmam greve no Amapá

Trabalhadores reivindicam pagamento de três meses de salários atrasados, além de outras vantagens, como planos de saúde e vale alimentação



Funcionários da mineradora Zamin Amapá confirmaram nesta terça, 31, durante o programa LuizMeloEntrevista (Diário 90,9FM), a greve geral dos trabalhadores que estão há três meses sem receber os salários e outros benefícios. De acordo com San Souza, um dos líderes do movimento grevista, a ameaça de greve vinha sendo feita desde o início do ano.

“Nos últimos meses a Zamin simplesmente abandonou os trabalhadores, fazendo promessas que nunca foram cumpridas, e desde o fim do ano passado que os salários começaram a atrasar dessa forma. O pior é que agora a empresa sequer nos recebe para dialogar. Tem colegas que não conseguem mais nem viajar de Macapá para Santana porque não têm dinheiro para o ônibus. Isso é uma humilhação para todos nós”, desabafou.

San disse que além da remuneração os servidores reivindicam o pagamento de benefícios trabalhistas que não estariam sendo efetuados pela empresa. “Estamos sem direitos como o vale alimentação, Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), plano de saúde e previdência privada. Então, a medida adotada é a greve. Vamos acionar a Justiça do Trabalho, Ministério Público do Trabalho e quem preciso for para garantir nossos direitos. Não estamos fazendo isso como pedido, são nossos direitos. Nossa greve será pacífica”, afirma o sindicalista. No início de março o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Extrativistas do Amapá e Pará (Stieappa) já havia protocolado um documento na Zamin comunicando o prazo de 48 horas para a empresa efetuar o pagamento dos salários e benefícios atrasados. De acordo com o documento, caso as exigências não fossem cumpridas o movimento de greve seria deflagrado.

Paralisações
Essa é a segunda ameaça de paralisação em 2015, na Zamin. A primeira aconteceu em janeiro, quando os trabalhadores também reivindicavam três meses de salários de 2014. À época, eles afirmaram que a empresa não estaria pagando nenhum benefício.

A Zamin enfrenta constantes atos dos funcionários por causa da crise financeira vivida. Em 2014, mais de dois mil trabalhadores foram demitidos após a empresa anunciar o término da capacidade de estocagem de minério de ferro, tanto em Pedra Branca quanto em Santana, e o atraso nas obras de reconstrução do terminal de embarque de minério. A estrutura a que se refere a empresa desabou em 28 de março de 2013, arrastando caminhões, guindastes e o minério estocado para o rio. Seis trabalhadores morreram no acidente. Os corpos de dois deles nunca foram encontrados.


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