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Politec enfrenta crise com escassez de peritos médicos

Polícia Técnica tem apenas 12 peritos médicos, mas apenas cinco se propõem a concorrer aos plantões. 


 

O sistema de perícia médica da Polícia Técnico Científica (Politec) enfrenta uma série de problemas causados pela falta de uma política permanente de valorização dos profissionais e da não observância da necessidade de renovação do quadro, principalmente no que diz respeito aos peritos médicos, que atualmente são apenas 12 do total de 90 peritos criminais em atividade no Amapá. Dos 12, apenas cinco estão se habilitando a concorrer aos plantões médicos, o que acaba causando uma sobrecarga. A explicação é simples: o valor dos plantões não é atrativo para a categoria. Além disso, esses trabalhadores que se dispõem a enfrentar a jornada plantonista estão em processo de aposentadoria. Há 9 anos o valor dos plantões não é reajustado no estado. Segundo o presidente do Sindicato dos Peritos Oficiais do Amapá, Amaury Suzart, o valor pago atualmente pela Politec é de R$ 217,55 por 12 horas trabalhadas em regime de escala. Enquanto isso, um perito médico pago pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), por uma jornada de seis horas, é de R$ 1 mil. “Temos 90 peritos criminais. Desse total, 30 estão afastados por motivos de saúde e outras situações. O mais grave, ainda, é que esses cinco médicos que ainda concorrem aos plantões devem se aposentar daqui no máximo a dois anos. E agora já existe um entendimento da categoria de que se o valor pago atualmente não for reajustado, a partir de junho, iremos parar com os plantões em cem por cento”, disse Suzart. Para se ter uma ideia da situação, durante o último fim de semana a Politec ficou sem perito médico no plantão. “Infelizmente nós sentimos por causa dos familiares das pessoas que morreram e que precisaram ter os corpos necropsiados e liberados. Mas como não houve plantão, eles só puderam passar pelo procedimento no dia seguinte. E é exatamente isso que queremos evitar, que as pessoas passem por esse constrangimento. E isso não é culpa dos profissionais, é a falta dessa valorização”, explica.


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