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Randolfe rechaça acusação de propina e vai à justiça contra Odebrecht

Acusado de receber R$ 480 mil da construtora, senador diz que jamais ‘um só centavo’ de qualquer empreiteira



Em entrevistas concedida na manhã deste sábado, por telefone, de Brasília, ao programa Togas&Becas (DiárioFM 90.9), apresentado pelo advogado e radialista Helder Carneiro, o senador Randolfe Rodrigues (REDE) negou peremptoriamente ter recebido, a qualquer título, ‘um só centavo’ de qualquer empreiteira. A afirmação foi feita ao ser questionado sobre notícias veiculadas na imprensa nacional e nas redes sociais de que ele teria recebido R$ 480 mil da Construtora Odebrecht em 2012 e 2014 para financiamento de campanha política. O nome de Randolfe não constou da lista, mas o codinome ‘Mumia’, que aparece na lista, foi mencionado como se fosse ele.
“Tomei conhecimento, assim como todo o país, através do Jornal Nacional e das redes sociais, da existência de uma lista contendo os nomes de 200 parlamentares, entre deputados e senadores; o meu nome não foi citado diretamente, mas atribuíram o codinome ‘Mumia’ como se fosse eu, o que, sinceramente, como todos sabem, não tem absolutamente nada a ver comigo, com a minha postura, muito pelo contrário; mais uma vez o meu nome está sendo colocado nesse enxame de irregularidades protagonizados por corruptos que estão afundando cada vez mais o país; e mais uma vez tudo vai ser esclarecidos, por se tratar de manobra para desacreditar o meu nome e minha postura de combate à corrupção; essa acusação é tão infame e tão mentirosa, que nos anos a que se referem, 2012 e 2014 eu nem candidato fui”, lembrou. 

Randolfe prometeu uma ofensiva forte contra a acusação: “Eu tenho por convicção que não recebi dinheiro de empreiteira em toda a militância política, desde o início, no PT à minha passagem pelo PSOL e hoje na REDE, sendo que esses dois últimos partidos proíbem o recebimento de financiamento de empreiteiras; minha atuação politica no Congresso Nacional tem sido contrária aos interesses de empreiteiras, inclusive a Odebrecht; votei contra a Lei Geral da Copa que beneficiava empreiteira, assim como votei contra a isenção para essas empreiteiras; votei contra interesses de empreiteiras na área ambiental, que beneficiariam grandes obras das empreiteiras, enfim, tenho me posicionado frontalmente contra interesses das empreiteiras, principalmente a Odebrecht; como então eu poderia ter sido beneficiado por qualquer empreiteira, principalmente a Odebrecht? Por isso ainda na segunda-feira vou ao Procurador Geral da República e à justiça, acionar judicialmente a Odebrecht por danos morais”, prometeu.

Questionado sobre a razão de ser contrário ao impeachment da presidente Dilma Rousseff, Randolfe justificou: “A minha posição é por eleições gerais, nem Dilma nem Cunha (Eduardo Cunha, do PMDB, presidente da Câmara dos Deputados). O sistema político atual está corroído, toda a linha sucessória da atual Presidente da República, na Câmara e no Senado está sob investigação, alguns, até, como réus na Operação Lava Jato. Por isso não acho razoável sair da Dilma (o cargo de Presidente da República) e ir para quadrilha de ladrões dos cofres públicos, sendo o melhor caminho para o Brasil a convocação de eleições gerais ainda neste ano”.
 
Sobre o fato da pré-candidata à Presidência da república, Marina Silva, presidente do partido dele, a REDE, não se manifestar publicamente sobre o impeachment, Randolfe ponderou: “A Marina já manifestou claramente a sua posição, mas não costuma fazer palanque em torno disso; o perfil dela não é o mesmo de outros representantes da oposição; assim como eu, a Marina aposta no processo que tramita no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), porque está mais do que provado que houve captação ilícita de sufrágio por parte da chapa Dilma-Temer; se houver cassação da chapa automaticamente vão ser convocadas eleições gerais ainda neste ano; este é o caminho, porque o comando do País sair do PT e ir para as mãos do PMDB não levará a nada, pois os dois são face da mesma moeda, os dois são responsáveis pelo desacerto da economia; se um está implicado o outro está mais implicado ainda; a delação do Delcidio (Amaral, senador do PT, que estão preso), e agora a do Sr. Pedro Correa (ex-deputado pelo PP), da OAS, da própria Odebrecht (ambas empreiteiras) reforçam que houve captação ilícita de votos; por tudo isso acredito que deverá ter novas eleições gerais ainda neste ano”, concluiu.

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