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Sem nenhum freio, cracolândia macapaense atrai cada vez mais u

Dezenas de usuários de drogas frequentam local. Programas sexuais são oferecidos por mulheres drogadas, inclusive menores


Um dos pontos turísticos mais frequentados de Macapá, a praça Zagury, na orla da capital, está transformando-se numa verdadeira cracolândia. As arquibancadas do campo de futebol, que fica na parte baixa em frente à residência oficial do governador e ao lado da sede da OAB-AP, serve como abrigo para usuários de droga, cujo número só tem aumentado nos últimos meses. O acesso ao local é difícil em função do mato alto que acaba servindo como camuflagem para o problema social.

Maria Angélica Assunção, maranhense, 28 anos de idade, e dependente de crack, diz que se prostitui para conseguir o dinheiro da droga. Porém, apesar dos estágios de alucinação, a mulher conta que recentemente algumas pessoas têm cometido roubos na região.

“Esses caras vieram pra cá tem uns meses. Só que antes ninguém roubava aqui. Agora esses malandros assaltam as pessoas que caminham ai na pista, principalmente, no final da tarde. Eu sei que estou errada aqui, mas é a vida. Só que esses bandidos vieram sujar a coisa aqui. Antes não tinha ladrão, agora tem”, afirma.

“Semana passada fui assaltado por dois elementos que pareciam menores de idade. Eles estavam visivelmente drogados. Levaram o aparelho celular da minha esposa e meu cordão de ouro. Felizmente nada de mais grave ocorreu. A situação ficou insustentável. As autoridades precisam acabar com isso aqui antes que seja tarde demais”, disse o servidor público Manoel Bispo de Almeida, 48 anos, que procurou o Diário para fazer a denúncia das mazelas na área nobre da cidade.

Para conseguir droga, usuários cometem assaltos na praça
O problema na praça Zagury se torna ainda pior durante as noites. “Não existe praticamente iluminação nessa área aqui da residência oficial. Alguns alunos que estudam em escolas aqui na Avenida FAB, mas que moram no Perpétuo Socorro, e usam essa rota para encurtar caminho, estão sendo assaltados. Se nada for feito logo teremos um assassinato aqui”, disse a estudante Mônica Ribeiro Trindade, 19 anos, que deixou de passar pelo local após ser assaltada.

Sem nenhum incômodo, os traficantes fazem a venda das drogas, principalmente o crack, de forma tranquila. Além disso, existem várias mulheres (algumas menores de idade) que se prostituem cobrando até R$ 10,00 por um programa.

“Infelizmente essa é uma dura realidade. Algumas delas fazem programa ai mesmo, embaixo das arquibancadas. Não é difícil ver cenas de sexo em plena luz do dia. Já vi algumas pessoas que penso ser assistentes sociais fazendo anotações, mas nada além disso. Se os responsáveis por essa área não tomarem uma atitude para acabar com essa situação logo teremos uma região como a cracolândia de São Paulo”, disse o vendedor de batatas Luiz Marcos, 36 anos, que trabalha a 500 metros da cracolândia macapaense.


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