Política

Presidente da Frente Parlamentar que trata de fronteiras participa de evento na Unifap, admite fragilidades do Governo e propõe medidas

O deputado apresentou dados alarmantes da Polícia Federal e do Departamento de Estado dos Estados Unidos.


Presidente da Frente Parlamentar Mista de Segurança, Desenvolvimento e Integração das Fronteiras, o deputado federal Marcos Reátegui admite fragilidade e negligência do Brasil com as áreas de fronteira, mas afirma que para que os problemas sejam amenizados, é necessária uma atuação conjunta entre os países fronteiriços, e no âmbito nacional, entre União, estados e municípios. A declaração ocorreu durante o I Seminário Internacional em Estudos de Fronteira, realizado pelo Programa de Pós-Graduação da Unifap, nesta quinta-feira, 9.

Convidado para palestrar sobre o tema “Os Problemas Comuns a Respeito das Fronteiras Brasileiras”, o presidente falou sobre a finalidade  da Frente, fez uma análise real sobre os problemas, admitiu fragilidades e explanou sobre as soluções. Para o parlamentar, a quantidade de postos oficiais de fiscalização, somente 23, são insuficientes para os 23.102 km de extensão, o que facilita a entrada de clandestinos, tráfico de drogas, armas e pessoas, a evasão de divisas e riquezas nacionais, e a circulação ilícitas de pessoas e mercadorias.

“O objetivo da Frente é encontrar soluções para o crime o organizado que se utiliza da fragilidade do poder público para atuar nas fronteiras e entrar no território nacional, destruindo vidas e famílias, como temos visto na dependência química, e  mais diretamente em casos como das execuções ocorridas no Amapá. A força conjunta entre nações, estados e municípios, e das polícias e órgãos que atuam na fronteira é o início. A Frente participa de debates em todos os âmbitos e eu trabalho insistentemente para que sejam adotadas políticas públicas de incentivo ao desenvolvimento econômico e produção nas regiões de fronteira”.


O deputado apresentou dados alarmantes da Polícia Federal e do Departamento de Estado dos Estados Unidos. “Entre 2012 e 2013, em 11 fronteiras, as Polícias Federal, Civil e Militar aprenderam 169 toneladas de drogas, 12.472 armas, e cerca de 30 mil pessoas foram presas ao tentar entrar no país portando armas e drogas. O Departamento de Estado dos EUA citou em relatório que Brasil é o segundo maior consumidor de cocaína do mundo, e que o Governo Brasileiro, apesar de estar comprometido com o combate ao tráfico, não tem capacidade necessária para conter o fluxo narcótico nas fronteiras”.

Para o organizador do evento, professor Paulo Gustavo, eventos como este, em que as fronteiras são discutidas com integrantes dos territórios envolvidos são muito importantes, mas pouco comuns até a criação do Programa de Pós Graduação em Estudos de Fronteiras (PPGEF), em 2017, apesar de no Amapá termos muitos profissionais de lidam diretamente com o tema. “Isso possibilita a criação de uma rede de estudos que reverberará nos centros acadêmicos regionais e poderá criar uma abordagem multidimensional internacionalizada nas questões que envolvem as Guianas e os estudos de fronteira, objeto do evento proposto”.


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