Heraldo Almeida

Quanto vale a nossa história?


Confesso que não sei responder a essa indagação, pois sempre imaginei que nossa memória histórica não tivesse preço e muito menos estaria em prateleiras para medir seu valor cultural. Afinal, em se tratando de patrimônio cultural adotado por um povo, não tem valor financeiro que pague.

Pois é, só que aqui no Amapá, única capital brasileira banhada pelo rio Amazonas (o maior do mundo), rica em cultura regional, bem no meio do mundo, as leis são diferentes e o desrespeito com a história é visível.

É o que está acontecendo com o Macapá Hotel, que no início de sua vida fora chamado de Hotel Macapá, situado bem em frente à cidade, um lindo cartão postal que recebe um vento norte que abastece nossa gente.

Não tem como não lembrar as belas tardes de domingo quando nossos pais nos levavam para passear em frente àquele lugar, e enquanto eles conversavam com amigos, nós, crianças, brincávamos. Um mar de pureza tomava conta do nosso mundo. Agora essas e outras contações estão ameaçadas e próximas a ficar somente nas boas lembranças.

A existência dessa casa é bem antes do Amapá ser transformado em estado, e nem isso sensibiliza nossos representantes maiores. E se uma pergunta me coubesse, poderia fazê-la sem nenhum problema: Qual o impedimento desse patrimônio continuar embalando nossa história?

O Macapá Hotel está na lista dos preferidos do poder público estadual para ser vendido ou leiloado, como queiram. Essa notícia choca os amapaenses apaixonados por esta cidade que um dia foi chamada “Joia da Amazônia”, mas que hoje, com tristeza, lista mais um patrimônio da história tucuju que se despede de seu povo.

Será que existe autoridade maior de um poder para decidir pela extinção de uma casa que abrigou, durante décadas, um mundo de histórias? Será que o povo, verdadeiro proprietário do lugar, não poderia ser contemplado com a permanência de algo que venha garantir sua morada cultural?

Se a venda do Macapá Hotel é a única saída encontrada para resolver certos problemas causados, então qual o valor de nossa história?

 

Preocupante
Só passando pra lembrar que bem devagar os nossos espaços culturais estão sendo deixados de lado, longe de nós e sem atividades fins.
Sambódromo, Cidade do Samba, Centro de Cultura Negra, Museus etc. lamentável.

Novidade
Primeiro disco da Banda Drusa está sendo gravado no estúdio Odium, já em fase final.
Os artistas Joãozinho Batera (bateria), Otto Ramos (teclados) e Hanna Paulino, fazem parte desse projeto. Já estamos aguardando.

Planeta Amapari
Ouvindo as músicas do disco “Planeta Amapari”, de Val Milhomem, Joãozinho Gomes e Zé Miguel, fica fácil identificar o amor desses artistas por nossa aldeia. Quanto orgulho.

Agenda
Espetáculo “As Domésticas: Em Ritmo de Carnaval” será apresentado dia 18 no Teatro das Bacabeiras, às 20h.
A realização é da Cia. Teatro do Riso. Informações: 98126-6667 e 99173-4093.

Indicação
Cantora amapaense, Patricia Bastos, é semifinalista da 3ª edição do Prêmio Profissionais da Música 2017, na categoria “Artista Cultura Popular.
A votação é pela internet de 9 a 19 de fevereiro, e o povo vai poder votar pelo endereço: www.ppm.art.br.
A premiação vai acontecer, em Brasilia (DF), nos dias 28, 29 e 30 de abril, no Cota Mil Iate Clube. Vamos votar na representante amapaense.

“Livre Pra Amar
Título da nova música de Finéias Nelluty em parceria com a cantora Emilia Monteiro.
No ritmo da Zankerada, ritmo amapaense criado pelo artista.

Boteco
Cia. de Dança de Salão Passo a Passo vai realizar o “Boteco da Passo a Passo”, na sede do Sinsepeap, Rodovia JK.
Dia 4 de março, às 21h. Informações: 99117- 3253 e 99185-4030.

João Bosco
Dia 8 de abril o consagrado cantor e compositor brasileiro, João Bosco, vai fazer show em Macapá.
A realização é do projeto “Palco Amapá”. Aguardem.