Cidades

Defesa Civil formula plano para combater estragos da erosão no Bailique

Objetivo é encontrar meios de conter a ação do fenômeno Terras Caídas, oferecendo mais segurança aos moradores


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Para discutir e buscar soluções para os impactos gerados pelo fenômeno natural “Terras Caídas”, no arquipélago do Bailique, representantes do Governo do Estado e Prefeitura de Macapá estiveram reunidos nesta segunda-feira, 27, no auditório da Escola de Administração Pública (EAP). O objetivo foi traçar um novo plano de ação para subsidiar intervenções a curto, médio e longo prazo nas comunidades afetadas.

O fenômeno é um processo de erosão ocasionado pelo aumento no volume do rio Araguari, colocando em risco casas e escolas. Segundo o último boletim da Defesa Civil, cerca de 12 mil pessoas, em 10 comunidades do Bailique, estão sofrendo com o fenômeno “Terras Caídas”. Em fevereiro deste ano houve a decretação de situação de emergência.

O professor de Ciências Ambientais da Universidade Federal do Amapá (Unifap), Eldo Santos, e o diretor do Iepa, Wagner Costa, mostraram por meio de fotos e gráficos as várias alterações geomorfológicas e o processo de erosão que área vem passando durante os últimos anos.

De acordo com o último relatório apresentado pelos técnicos do Iepa, a maré enchente, por exemplo, está chegando a 17 mil metros cúbicos por segundo, o que vem causando uma rápida perda de terra diante da força da maré.

O comandante geral do Corpo de Bombeiros, Wagner Coelho, informou que as áreas mais afetadas são as comunidades de Vila Progresso, Boa Esperança e Itamatatuba. “Queremos criar um plano de ação do Governo do Amapá junto com a Prefeitura de Macapá, colocar todas as ideias em um único documento e entregar para o governador e o prefeito”, disse o comandante.

Os técnicos da Secretaria de Estado das Cidades e de Infraestrutura estão ajudando tanto na área de planejamento urbano organizacional, quanto na parte de arquitetura. O chefe da Unidade de Monitoramento da SDC, Anderson Lameira, explica que são as atividades que envolvem geoprocessamento que vão auxiliar na contenção das áreas das ilhas e ainda nos modelos de casas que podem ser mais viáveis para a região.

Diante do levantamento feito pela Secretaria de Estado da Educação (Seed), foi detectado que duas escolas estaduais enfrentam situação de risco. A Escola Júlia Bruno, que atende 26 alunos do Ensino Fundamental, localizada no Canal da Boa Esperança. O solo do prédio já sofreu erosão de 20 cm. Já a instituição de ensino de Itamatatuba que está com 40 cm do processo de erosão do solo.

A coordenadora da Rede Física da Seed, Ana Kelen Souza, informou que o calendário escolar na comunidade está previsto para iniciar no dia 10 de abril e para não atrasar o início das aulas soluções emergenciais estão sendo analisadas para que seja resolvido o problema.

“Estamos enfrentando muita resistência por parte da população para fazer o deslocamento desses alunos. Vamos novamente conversar com os moradores dar as sugestões de alugar um outro prédio e posteriormente construir uma nova escola em outro terreno acerca de 100 metros de distância”, esclareceu a gestora.

Todas as informações e propostas apresentadas pelas autoridades serão inseridas em um documento para apreciação e que posteriormente será entregue ao governador Waldez Góes e ao prefeito de Macapá, Cléio Luís.

No encontro que discutiu a situação do Bailique estiveram reunidos representantes da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec), das secretarias de Estado da Educação (Seed), do Meio Ambiente (Sema), Infraestrutura (Seinf), Assistência e Mobilização Social (Sims), de Comunicação (Secom), das Cidades (SDC), de Ciência e Tecnologia (Setec), da Saúde (Sesa) e ainda, secretarias municipais da Educação (Semed), de Obras (Semob), Guarda Municipal de Macapá, o Instituto de Estudos e Pesquisas do Amapá (Iepa), Instituto do Meio ambiente (Imap), Companhia de Água e Esgoto do Amapá (Caesa), Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA) e Procuradoria Geral do Estado (PGE).


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