Cidades

Ministério da Saúde repassa ao Amapá R$ 421 mil para tratamento de pessoas com sequelas da Covid

Recursos serão alocados em ações de equipes e serviços da Atenção Primária à Saúde.


Cansaço, falta de ar ao fazer esforços, tosse, dor torácica, perda de olfato e paladar, cefaleia, tontura, alterações de memória, ansiedade e depressão.

Esses são alguns dos sintomas mais comuns relacionados às condições pós-Covid, manifestações persistentes ou novas detectáveis após a infecção aguda pela doença.

Diante desse cenário, para apoiar os municípios do Amapá no cuidado às pessoas com essas condições, o Ministério da Saúde vai repassar R$ 421,7 mil para reforço da assistência na Atenção Primária à Saúde (APS), ainda no contexto da pandemia.

A liberação do investimento foi assinada na quarta-feira (23) pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. “Os leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) são importantes, mas se tivermos uma atenção primária preparada teremos mais condições de enfrentar o vírus”, destacou o ministro.

Com o recurso, os gestores poderão contratar profissionais qualificados e reformar e criar ambientes para abrigar ações necessárias, como espaços para fisioterapia, por exemplo. Além disso, será possível adquirir materiais de consumo necessário.

O secretário da APS, Raphael Câmara, falou da importância do investimento, já que 30 a 75% dos pacientes apresentam alguma manifestação pós-Covid. “Esse dinheiro obrigatoriamente tem que servir para fazer a busca ativa de novos casos e o monitoramento, além de definir estratégias de priorização de atendimento, conforme a realidade local”, disse, destacando que o que não puder ser feito junto à APS pode ser encaminhado à área de Atenção Especializada.

A Atenção Primária será um ponto estruturante no cuidado de pessoas afetadas por condições pós-Covid. Considerada a porta de entrada no Sistema Único de Saúde (SUS), a área tem características de ordenadora e coordenadora da rede pública, ou seja, um ponto da assistência que faz o primeiro atendimento à população e encaminha os casos se necessário, para os outros serviços, permitem tratá-las de forma eficaz e oportuna.
Investimento

Para o cálculo do repasse para cada município, foi elaborado um índice de prioridade: para classificação dos municípios em alto, médio e baixo. O índice leva em consideração quantitativo de equipes, índice de vulnerabilidade social, porte populacional e taxa de mortalidade por Covid-19.

Assim, os municípios de perfil alto tiveram seus valores de repasse multiplicados por três, do perfil médio multiplicados por dois e do perfil baixo multiplicados por um. Dessa forma, o Governo Federal busca destinar o recurso para as localidades com questões de grande vulnerabilidade e maior impacto da doença causada pelo coronavírus.
Cenário

As condições pós-Covid podem manifestar-se de diferentes maneiras e dependem da extensão e gravidade da infecção, dos órgãos afetados e dos cuidados tomados durante a fase aguda da doença.

Dados já apresentados sobre o tema permitem estimar que muitos pacientes apresentam sintomas persistentes ou novos decorrentes da infecção, o que deverá acarretar um aumento na demanda por cuidados prolongados e posteriores à infecção aguda nos serviços de saúde, especialmente na APS.

Estudo publicado na revista científica The Lancet sobre a evolução tardia de pacientes que passaram por internação por Sars-Cov-2 demonstrou que, seis meses após a infecção aguda, 76% dos 1.733 pacientes avaliados apresentavam algum sintoma persistente.

O cansaço e a fraqueza muscular foram os sintomas mais comuns, presentes em 63% dos casos, seguidos por dificuldade para dormir, ansiedade e depressão. Além disso, entre aqueles que desenvolveram casos graves da infecção, 56% desenvolveu algum tipo de alteração pulmonar significativa.


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