Política

Amapá ganhará centros de desenvolvimento em vários setores

Farmácia, biocombustível, alimento e coméstico são algumas cadeias, diz ministro Waldez Góes, também apontando pescado e açaí


Acordo firmado entre o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) e a BioTec – Amazônia vai garantir a implantação de Centros de Desenvolvimento Regional (CDRs) no estado do Amapá. A informação é do ministro Waldez Góes, do MIDR.

O projeto vai contemplar os setores farmacêutico, de biocombustíveis, alimentício e de cosméticos. Entre os objetivos está o fortalecimento das cadeias produtivas do açaí, cacau, palma de óleo, mandioca e pescado, envolvendo certificação, engenharia genética, rastreabilidade e novas tecnologias, entre outros serviços.

“Esse acordo vai garantir que a BioTec-Amazônia se instale no Amapá. Nós, do MIDR, já começamos a estruturar as cadeias do pescado e do açaí no estado e, em breve, faremos o mesmo com os laticínios e o mel. A BioTec será responsável por fazer a relação entre a iniciativa privada e as instituições de pesquisas e universidades. Assim, sairemos da fase de pesquisas básicas e partiremos para as pesquisas aplicadas, para assim construir ferramentas que serão importantes para a geração de emprego e renda na região”, observou o ministro.

A parceria com a BioTec-Amazônia integra o Programa de Bioeconomia para o Desenvolvimento Regional (BioRegio), que se encontra em fase de consulta pública. A iniciativa visa incentivar a inovação, o investimento e a geração de emprego e renda a partir da bioeconomia, especialmente nos biomas Amazônia, Caatinga e Cerrado.

Ainda em 2023, por intermédio de emenda parlamentar, está prevista a celebração de novo instrumento de repasse entre o MIDR e a BioTec, voltado à capacitação de produtores de cacau do Xingu, no Pará, sub-região prioritária da Política Nacional de Desenvolvimento Regional. O projeto beneficiará diretamente mais de 700 produtores e receberá recursos de R$ 2,4 milhões.

Cadeias produtivas da Amazônia
As declarações do ministro Waldez Góes foram dadas durante o evento Rastreabilidade e Certificação das Cadeias Produtivas da Amazônia, promovido pela BioTec-Amazônia em paralelo aos Diálogos Amazônicos. Durante o encontro, a organização amazônica apresentou projetos de certificação que estão em estudo, como o selo verde de apoio e divulgação de certificação e registrabilidade para produtos de origem vegetal e animal, entre outros.

Outra iniciativa é o selo Green Gold, que vai certificar o ouro produzido na Região Amazônica desde sua origem até o cliente final. De acordo com a proposta, a certificação e rastreabilidade do ouro produzido nos países que compõe a Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) – Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador Guiana, Peru, Suriname e Venezuela – faz parte de um compromisso para a preservação do meio ambiente assumido em um tratado de julho de 1978.

“A BioTec-Amazônia instituiu o Joia-Tec, laboratório criado especificamente para certificação e rastreabilidade do ouro na Amazônia, no qual encontramos tecnologias digitais e de microanálises, feitas para solucionar e mitigar o processo de certificação”, explicou o coordenador do selo Green Gold, Mauricio Favacho.

Outro projeto apresentado durante o evento foi a proposta de certificação e rastreabilidade de animais, que visa o aumento da competitividade da venda de carne para o mercado internacional. “A certificação e a rastreabilidade colocam nosso produto em mercados competitivo, como o europeu, que exige isso há 30 anos, mas também permite que o pequeno produtor consiga se manter no mercado, pois ele vai adotar algumas práticas simples de serem executadas”, explicou o diretor técnico da BioTec-Amazônia, Artur Silva.

Segundo o diretor, a proposta deve ser implementada no CDR Amapá e vai priorizar a pecuária sustentável. “Esse sistema vai ser o piloto, pois vai rodar agora oficialmente no estado do Amapá. É o primeiro estado que vai ter um boi realmente de origem verde, um boi certificado, seguindo os padrões internacionais, aceitos em qualquer lugar do mundo”, afirmou Silva.


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