Livros, homens e o Brasil
No Brasil moderno, depois de Leonel Brizola, Ulisses Guimarães e alguns outros de sua época, é difícil a citação de algum homem que encha de orgulho o brasileiro. E são várias as razões.
A ideia dessa incursão pela realidade atual do nosso país surgiu do artigo com o título ‘A cidade e o país dos meus sonhos’, assinado pela professora Veneide Cherfen, publicado no Diário do Amapá dia 27 de julho.

Ulisses Laurindo – jornalista
Articulista
Reza a sabedoria popular que um país se faz com homens e livros. Na parte referente ao livro, o Brasil tem legado de nível, confrontando com a melhor literatura mundial, sem se deixar de lembrar de Machado de Assis, Euclides da Cunha, Gilberto Freire, Jorge Amado, Humberto de Campos, Graciliano Ramos, Guimarães Rosa e, ainda, uma galeria ilustre. Quanto aos homens, a lista é imensa, onde as figuras de Juscelino Kubitschek, Getúlio Vargas, Oscar Niemeyer e Santos Dumont são nomes ainda hoje guardados na lembrança.
No Brasil moderno, depois de Leonel Brizola, Ulisses Guimarães e alguns outros de sua época, é difícil a citação de algum homem que encha de orgulho o brasileiro. E são várias as razões.
A ideia dessa incursão pela realidade atual do nosso país surgiu do artigo com o título ‘A cidade e o país dos meus sonhos’, assinado pela professora Veneide Cherfen, publicado no Diário do Amapá dia 27 de julho.
Veneide escreve: “Estamos passeando pelo nosso país, nosso estado e nossa cidade. Estamos sonhando que passamos por ruas limpas, com faixas para pedestre, com ciclovias e rotatórias. Aqui neste sonho, o Presidente da República, governadores, prefeitos, senadores, deputados e vereadores só têm intenções voltadas para o bem-estar da população. Não fazem o que bem entendem com os recursos públicos nem pedem propinas de empresários nem tentam subornar funcionários públicos. No país de nossos sonhos não se fecham acordo políticos a fim de construírem megas obras públicas, hidroelétricas e pontes, e o que mais estiver em moda na corte com o intuito de proveitos pecuniários próprios ou de outrem, resultando na ruína da natureza do país”.
É a realidade ou coincidência com o nosso país? Perguntam
A articulista estabelece o que ela chama viver no país de sonhos, onde coexistem deveres e direitos dentro do conceito sem choque para o encontro do bem-estar. Veneide Cherfen disse em seus devaneios que o país do sonho está a léguas do Brasil de hoje, onde há o legado de bons livros, mas nem tanto de homens capazes na tarefa de conduzir o povo a sonhar, mesmo acordado.
Em momento algum Veneide identifica esse país do sonho como sendo o Brasil. Está visível, porém, que o endereço tem destino certo, tais as aventuras da política nacional, onde estão presentes o inverso de um país de sonhos com um PIB 3,5% negativo, em contraposição a vários países da América Central, com avanço de até 6%.
Os planos para um país sonhado talvez surjam a partir de 2017, assim mesmo, se forem abandonadas as garras que o atrela ao atraso e surgirem homens que lembrem os idealistas do passado, e não como acentua Veneide que “o nosso sonho pode ser tão real que acabamos por acreditar que as praças são limpas e segura, e podemos brincar com nossas crianças no parquinho sem receio de sermos assaltados ou de coisa pior”.
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