Pe. Claudio Pighin

A responsabilidade de quem comunica ao público


A palavra é um meio privilegiado para comunicar no papel, no audiovisual e no digital. Não tenho duvida de que quem comunica tem um poder relevante sobre o público. Aliás, tem uma grande responsabilidade que pode até determinar escolhas. Por isso, quem comunica deve sempre refletir a correta e objetiva comunicação.

Certamente, isto não é fácil, mas, pelo menos, deve agir na transmissão das mensagens, com total transparência. Isto se chama responsabilidade de comunicação, capaz de garantir conforto e luz para se viver melhor.

No entanto, se não tivermos responsabilidade, condicionaremos o próprio público a uma realidade de mentiras, de ansiedades e de desconfiança. Hoje em dia, a comunicação digital é determinante na vida comunicativa. Faz parte da essencialidade do nosso cotidiano. Se posso dar uma imagem do que representa essa comunicação digital, poderia compara-la a uma casa, porém, uma casa totalmente nova, onde passamos a maioria do nosso tempo nela. É aqui que se vive hoje, embora não a conhecemos muito bem. É nessa casa que devemos analisar passo a passo para que não aconteça tropeços.

Ter um conhecimento aprofundado tal dessa vida, nessa nova casa, que me permita evitar coisas ingratas e deturpantes. Não posso viver com o perigo e as ameaças, porque me tira a tranquilidade e a serenidade. Experimente pensar quando, por exemplo, uma porta de casa não se fecha ou uma torneira está vazando, logo a preocupação é tentar solucionar tudo isso. E, até que não seja resolvido, não vão ficar tranquilos. Assim é esse mundo digital que convivemos no dia a dia. Se não for bem conhecido, não conseguiremos domina-lo e, portanto, nos vai deixar perturbados e preocupados.

De fato, as fakenews são frutos desses não conhecimentos da realidade digital e, como consequências, se pode danificar a verdadeira notícia e todos que participaram nessa comunicação compartilhada. Desestabiliza a nossa vida! Assim sendo, é necessária uma educação digital que, por sinal, deve estar aberta para qualquer idade, a fim de que se possa entender toda a sua lógica, sua utilidade e natureza. Compreender como podemos conviver com ela para ter a máxima e correta capacidade comunicativa. Uma comunicação que exalta o ser humano e não que o degrade.

Criar regras que ajudem a ter comportamentos que se possam alcançar em favor da promoção das pessoas. Quando se comunica a vida não morre e, por isso, é sagrada a comunicação também digital enquanto favorece isto. Na medida em que se comunica, também nas redes sociais se cria vida. Mas, atenção: o importante é criar relação de união e não de divisão e conflito.

Entrar em relação com os outros é uma oportunidade para ter um intercâmbio de dons, de ajuda, como construção de uma vida de conjunto que favoreça, como nós estamos acostumados a dizer, a casa comum. Toda vez que nos abrimos aos outros para encontra-los também nessa comunicação digital temos uma grande chance de dilatar os nossos horizontes sem fim. É assim que se vai além da morte.