Pe. Claudio Pighin

Jesus Cristo – Plenitude da Revelação II


O fio comum que liga a reflexão teológica do século XX é que no caso da revelação existe uma estreita correlação entre o aspecto objetivo em que Deus toma a iniciativa de se comunicar ao ser humano e o aspecto subjetivo em que o ser humano é convidado a uma decisão livre e exigente em resposta ao que torna a existência significativa.
Tanto a teologia católica como a protestante do século XX sublinharam a centralidade da revelação de Jesus Cristo, que tem um significado para a concretude de cada vida sob a forma de amor e liberdade que traz consigo o fascínio da verdade.
A revelação produz um ponto de viragem na busca do porquê das coisas, pois não só abre o ser humano à possibilidade de entrar na perspectiva de Deus, mas permite vislumbrar como esta perspectiva representa o possível resultado da busca humana, a sua chegada ao seu destino.
Neste quadro, dois conceitos-chave encerram o significado da revelação como autocomunicação: a Palavra que entra na concretude histórica da vida e o Mistério pessoal do amor como a história da salvação.
A revelação não é a manifestação de algo relativo ao divino, mas a revelação de Deus naquilo que Ele é: o mistério do amor que desafia o ser humano, como um eu a chamar-te para o diálogo.
A natureza pessoal da revelação de Deus atesta o fato de que Deus é Aquele que determina o significado de toda a realidade.
A revelação gera, portanto, um ponto de viragem na procura do porquê das coisas, na medida em que não só abre a possibilidade do ser humano entrar na perspectiva de Deus, como também lhe permite ver como esta perspectiva representa o possível resultado da busca humana, a sua chegada ao seu destino.
Dentro deste horizonte existem dois conceitos-chave que, como já foi mencionado, encapsulam a Palavra que entra na concretude histórica da vida e o Mistério pessoal do amor que é proposto como a história da salvação.
Uma revelação de Deus só faz sentido onde Deus é pensado e experimentado como a origem livre do mundo, como um processo em que algo sempre novo acontece, e por isso o ser humano é chamado a aguardar continuamente o improvável e o incrível. Na perspectiva cristã, este improvável e inacreditável é o acontecimento da encarnação de Jesus, a forma definitiva da autocomunicação e autocomunicação de Deus, a Trindade.
Para concluir, o padre e teólogo K. H. Menke diz: “Até ao fim dos nossos tempos, não poderemos dizer nada. “Enquanto procurar Deus fora do evento Cristo, abstraio o “significado para mim” do “significado em si mesmo”. Só quando desço à carne através da minha fé é que a fé já não é a minha relação com Deus, mas a participação na autocomunicação do Deus encarnado”.