Ulisses Laurindo

Alex Welter-Lars Björkström (IV)


Com 21 participações em Jogos Olímpicos, desde 1920, o esporte brasileiro conquistou 108 medalhas, e a vela contribuiu com 17 delas, inclusive à de ouro conquistada pela dupla de velejadores Alex Welter e Lars Björsktröm, na Classe Tornado, que hoje não mais faz parte do programa olímpico, desde 2008, em Pequim.

A dupla campeã é formada em engenharia e se juntou 1976 no Iate Clube Santo Amaro, em competição eliminatória conquistando a segunda colocação e o direito de participar do Campeonato Mundial, daquele ano na Austrália. Welter que é descendente de alemães, foi morar e estudar na Alemanha, aonde aproveitou para ter acesso aos barcos de competições e à tecnologia.

Lar Björkström é sueco de nascimento e se naturalizou para ter condição de competir pelo Brasil. Por influencia de um parente começou a velejar aos 12 anos. Formado em engenharia civil, em 1971 veio, para a América do Sul e, em São Paulo, conheceu a Represa de Guarapiranga e daí começou sua trajetória vitoriosa na vela.Em 1975, já em companhia de Alex Welter o barco conseguiu a classificação para a competição pré-olímpica de Talin, onde foram realizadas as regatas dos Jogos de Moscou, em 1980. A dupla velejou até 1984, quando se dedicou à vida profissional.

A Classe Tornado foi olímpica de 1976, em Montreal, até 2008, em Pequim. A proibição na programação decorreu por ser um barco multicascos, com grande velocidade.A medalha de ouro veio para a estatística brasileira 24 anos depois da medalha de Adhemar Ferreira, em 1956, em Melbourne, com defasagem menor do que o espaço entre Paraense, 1920 e 1952.

A partir dos Jogos de Moscou, o esporte olímpico brasileiro ganhou outra dimensão e, cada evento, os atletas foram melhorando suas performances, aumentando o número de medalhas para o país.

O iatismo brasileiro sempre esteve presente no Brasil dentro e fora dos Jogos Olímpicos. O histórico dessa modalidade é cheia de grandes vitórias, principalmente em campeonatos sul-americanos e mesmo mundiais. Sendo o Brasil banhado pelo Oceano Atlântico nas suas principais capitais, o número de campeões, comparado com a facilidade para a pratica da modalidade é pequena, tendo, porém, forte dependência em relação aos seus praticantes, por ser um esporte caro, praticamente permitido em que tem recursos para dispor de barcos e tempo necessário para os treinamentos exaustivos.

Esta série ainda falar de Robert Scheidt e sua vitoriosa participação nos diversos eventos mundiais. Mas, por certo, nesses Jogos do Rio de Janeiro, ele vai ocupar lugar destacado, contribuindo assim para aumentar o número de medalhas no currículo da vela, que está atrás do voleibol de quadra e praia e do judô, outra modalidade que poderá aumentar na disputa do Rio de Janeiro. A seguir, a série prossegue com outra dupla do iatismo, Eduardo Penido e Marcos Soares, heróis da vela, também em Moscou.