Ulisses Laurindo

Torben Grael/Marcelo Ferreira (XV)


No levantamento dos medalhistas de ouro nos Jogos Olímpicos disse que, por mais de uma vez, iria repetir campeões. Assim o fiz com Ademar Ferreira da Silva, com Torben Grael e Marcelo Ferreira e, agora, com a dupla Torben/Ferreira, que ganhou a medalha de ouro, primeiro em Atlanta, em 1996 e, novamente, em 2004, m Atenas, conquistou novo ouro. Hoje é novamente a vez de Torben e Marcelo que, em 2004, bisaram o título no Star. Foi a partir dos Jogos de Atenas que o esporte brasileiro passou a respirar mais conforto, com a aplicação da Lei Piva, que facultava às entidades manipularam mais verba para a preparação das equipes nacionais para as competições, fora e dentro do país.

Foi então a partir de 2004, que os atletas passaram a ter mais visibilidade nos Jogos, com conquistas de mais pódios, diferente de 2000, em Sidney, que o país passou em branco em medalhas de ouro, ganhando porém, 10 entre prata e bronze.

No esporte moderno as exigências de treinamento é muito grande, e o concorrente que não se preparar bem não vai a lugar nenhum, sendo massacrado por adversário mais treinado. A vela pode ser considerada à parte da grande maioria das outras modalidades do calendário olímpico. Não obstante, embora não tenha dificuldade em relação aos iatistas, que pertencem a padrão social mais elevado. Mas o custo do esporte é muito grande, porque os barcos são enviados para os locais das provas, o que onera os órgãos diretivos. A partir de 2004, a situação melhorou bastante e o esporte olímpico saiu um pouco do marasmo, principalmente no tocante a verba , mas continuou carente quanto a mais valores, pois falta de infra estrutura no esporte em geral.

Voltamos aos campeões Torben e Marcelo. Os dois nasceram em Niterói, cidade litorânea do Rio de Janeiro. A vocação de ambos só poderia levá-los ao triunfo. Torben, além de suas vitórias nas raias olímpicas, depois das duas de ouro, passou a regata oceânica, com veleiro de largo alcance nos mares do mundo. Participou da Regata America Cup. Em 2006, competiu na Regata Volta ao Mundo, com barco Brasil, obtendo a terceira colocação no geral.

Marcelo Ferreira, como já vimos na sua primeira conquista que o seu gosto pelo iatismo era tão grande que ficava na beira no cais esperando que alguém o chamasse para pilotar o barco. Teve sucesso a partir daí e hoje faz parte da história do olimpismo do Brasil.