Wellington Silva

Bolsonaro e seus fiéis da balança


A se confirmar nas urnas o que dizem as pesquisas eleitorais, ou seja, 59% Bolsonaro e 41% Fernando Haddad, Jair Bolsonaro certamente será o novo presidente da República Federativa do Brasil. Agora, o que está sendo guardado a sete chaves pela sua equipe de planejamento é justamente o Plano de Governo Bolsonaro, informação que a sociedade brasileira, a quem se deve servir, deseja muito saber.

Legalista, tranquilíssimo, equilibradíssimo e sereníssimo, o general de Exército Augusto Heleno, Comandante Militar da Amazônia, me parece ser um cidadão brasileiro verde amarelo muito centrado e bem pé no chão quando fala do Brasil com suas realidades regionais e dificuldades sociais e econômicas. Das entrevistas que vi, argumenta sempre com segurança e conhecimento de causa e nunca diz impropriedades e ilegalidades. Possui o que nós historiadores e jornalistas da velha guarda chamamos de leitura acumulada. Defende que o governo Bolsonaro tenha um tripé básico: AUSTERIDADE, TRANSPARÊNCIA e HONESTIDADE. É ele quem coordena um grupo de estudos para discutir ideias que podem ser formuladas como propostas de um plano de governo. E é bom discutir ideias quando elas finalmente venham a atender os interesses da sociedade brasileira. O grupo tem discutido bastante sobre a ideia de revitalizar o Projeto Rondon no país. Lançado em 1967, o Projeto Rondon tinha por objetivo encaminhar jovens estudantes ao interior do país para ajudar populações carentes. Bolsonaro disse que dará prioridade máxima à revitalização deste projeto. Para a área de educação o general falou em “valorização dos professores, motivação dos alunos, prevalência do mérito, revisão dos processos curriculares, atualização pedagógica e a correta aplicação dos recursos financeiros”. Se eleito o governo Bolsonaro pretende dar uma mexida na Base Nacional Comum Curricular (BNCC).

Outra figura importante da equipe de governo de Jair Bolsonaro é o economista Paulo Guedes, muito conhecido no meio acadêmico e entre economistas e especialistas no assunto não só no Brasil como no exterior.
A velha questão central do Brasil, quando se fala de economia, logo imprime a discussão da velha política entreguista lamentavelmente aqui praticada por décadas. Os crimes de lesa pátria estão nos anais da história com seus heróis esquecidos. Contrato do Manganês do Amapá, Projeto Jari, Serra Pelada, Vale do Rio Doce, Petrobrás, Petrolão, etc…

Quem se lembra do saudoso advogado, poeta e jornalista Álvaro da Cunha, autor da bem fundamentada obra Quem Explorou Quem no Contrato do Manganês do Amapá?Quem se lembra do saudoso Almirante Roberto Gama e Silva, autor da bem fundamentada obra São Mesmos Nossos os Minerais Energéticos e não Energéticos? Quem já leu tais obras? Quem tem conhecimento que foi Gama e Silva que lutou pela nacionalização do Projeto Jari?

A política entreguista brasileira, por décadas na contramão e ao contrário do que dita à política norte-americana e de muitos países europeus e asiáticos, que são protecionistas, vem promovendo no Brasil a desnacionalização sistemática da indústria e principalmente de setores considerados estratégicos por determinados segmentos ideológicos e políticos como setores-chave da indústria de produção, transferindo seu controle a capitais estrangeiros. A remessa de lucros dessa velha política entreguista, como a dos combustíveis, atualmente se constitui uma política perversa a saúde da economia nacional. É justamente a delegação de controle interno e administrativo de setores estratégicos da economia de um país que define rumos para o desenvolvimento ou para o buraco. Se não é protecionista e é entreguista, eis que as empresas multinacionais dominam o ambiente econômico nacional e impedem o surgimento de forças internas que eliminem entraves de seu desenvolvimento pleno ou libertação econômica, para ser mais claro. É uma questão de regulação interna, da formulação de leis protecionistas sobre nosso natural patrimônio nacional.

Outra pessoa chave chama a atenção como fiel da balança do futuro governo Bolsonaro, caso eleito: A advogada, Professora Doutora Janaína Pascoal. Legalista, tranquilíssima, Janaína Pascoal é uma pessoa para ser permanentemente ouvida.

Quanto às reformas, elas são necessárias como a Trabalhista e a da Previdência. O que preocupa é o fato de quererem crucificar os servidores públicos para pagar a conta dos estragos da corrupção e dos desmandos praticados por governos petistas. Estabilidade no emprego, 13º salário, férias e vantagens adicionais são regras jurídicas legais imexíveis, como se diz no velho jargão popular. Viria por aí uma nova edição do famigerado Programa de Demissão Voluntária, o PDV?