Wellington Silva

Entre o preto, o branco e o nativo


 

Lamentavelmente, tristemente e vergonhosamente, o mundo todo vem ultimamente assistindo terríveis cenas da inconsequência humana. É como se voltássemos a assistir aqueles filmes brutais, em preto e branco, mostrando a nua e crua realidade potencial da insensatez e do totalitarismo humano.

 

Falo do racismo, em todas as suas formas, tons, cores e nuances, inclusive o também deplorável racismo inverso!

 

Afinal de contas, o que somos e o que estamos fazendo no mundo e para o mundo às futuras gerações?

 

Separatismo tribal!? Estigmatismo!? Agressão ao livre pensamento assim como às livres manifestações culturais!? Estimulo à segregação racial e social!? Amplificações imbecis e idiotas de ridículas rotulações sociais!? Mordaças ao potencial criativo humano!?

 

Creio e acredito imensamente que Deus, Alá, Jeovah, Javeh, Buda, Divino Mestre, Cristo, Jesus, Oxalá, Profeta Maomé, Supremo Arquiteto do Universo, etc…, como queiram denominar o Sagrado, os profetas, os Mensageiros de Luz, apenas observam atentamente o estado evolutivo de cada um de nós e assistem a selvageria dos discursos de ódio e as práticas racistas inflamadas pela ignorância da brutalidade incontida.

 

Assim como na teórica lei dos homens, que diz que “todos somos iguais perante a lei”, lá, no Plano Superior, verdadeiramente as Grandes Luzes da Sabedoria se tratam como iguais.

 

Se, como diz o nosso querido e genial Zé Ramalho, “todos os caminhos, me levaram a você, oh! Luz da Excelência”, porque então agredir verbalmente ou com notória violência os espaços de culto ao Sagrado, principalmente contra umbandistas e candomblecistas, espíritas, maçons, se todos os espaços de culto ritualístico essencialmente são espaços de culto ao Supremo Criador de tudo e de todos, a Fonte Fecunda de Luz, de Felicidade e de Virtude?

 

Não temos o direito de criticar e muito menos de condenar aquilo que desconhecemos quando não sabemos sequer o que é, quer seja por definição, conceito, uma razoável e realista explicação!

 

Abordar academicamente sobre qualquer cultura, principalmente afrodescendente ou ameríndia, obviamente exige pesquisa. Agora, vociferar bobagens absurdas, com claras conotações racistas, fascistas e preconceituosas é para uma boba plateia de tolos desinformados.

 

Não tem, historicamente, como negar que somos produtos genéticos de diversas culturas!

 

E porque digo isto?

 

Evidentemente, todas as culturas, tribos, quer sejam nativos, guaranis, tupis, pataxós, yanomamis, waiãpis, karipunas, portugueses e toda a nossa rica ancestralidade advinda da Mãe África povoaram e continuarão a povoar de geração a geração o nosso rico e imenso espaço territorial chamado Brasil.

 

E por ser assim o português se encantou com a bela nativa guarani e o fazendeiro com a belíssima negra de curvas suntuosas…

 

E então, apaixonaram-se, casaram e tiveram filhos e estes outros e mais outros filhos…

 

Quando vamos aprender que dependemos um do outro, neste mundo, para vivermos bem e em paz independentemente de nacionalidade, cultura, cor ou raça, credo e condição social?

 

Digo e repito novamente que Deus e o Plano Superior observam apenas a mente e o coração das pessoas, e nada mais…