Wellington Silva

Necessidades elementares para a defesa da Amazônia


 

A absurda situação de violenta agressão que o povo Yanomami vem ultimamente sofrendo, desde o ano passado, de parte da atividade predadora do garimpo clandestino, revela ou desnuda, de um lado, o descaso da área militar, e de outro, a total falta de ação ou de planejamento estratégico, somada a falta de recursos e de apoio logístico ao Ibama, Funai e Casai, órgãos encarregados de prestar serviços de proteção e de apoio a saúde as comunidades indígenas na chamada Amazônia Legal.

 

De acordo com o apurado pela imprensa regional e nacional a situação atual dos Yanomamis deixa transparecer um velado acordo de leniência ou de conveniência política com a atividade predadora ilegal do garimpo.

 

Claramente nos parece que o céu não é o limite para a lucratividade às custas da desgraça do meio ambiente e da comunidade indígena.

 

Com as presenças do presidente Lula e de Marina Silva, Ministra do Meio Ambiente, por vezes parece que as coisas andam um pouco para depois emperrarem ou travarem novamente quando se trata de uma efetiva ação militar no espaço aéreo ou em terras indígenas no estado de Roraima. E aí meu camarada, neste triste andor, nossa defesa vai pro brejo, indo também, invariavelmente, as nossas riquezas, o ouro, e muito pior, o urânio, mineral estratégico utilizado para fabricação de bombas.

 

 

Penso, com toda certeza, que diante de tanta tragédia absurda ocorrida em solo Yanomami nada custaria à boa diplomacia brasileira solicitar apoio dos Estados Unidos da América ou de outros países ricos para que realizem a doação de aeronaves tipo o excelente avião de pouso vertical V-22 Osprey, da Boeing, aeronave multifunção, de longo alcance, de pouso e decolagem vertical, em curto terreno. Sua excelente capacidade de deslocamento e de carga, na minha avaliação pessoal, é muito mais capaz de suprir urgentes necessidades de ajuda humanitária e de defesa do que um helicóptero convencional. Ele é capaz de levar 24 pessoas sentadas ou 32 no piso, além de 1 veículo de transporte. Possui uma velocidade máxima de 565 km/h e uma velocidade de cruzeiro de 446 km/h. Pode atingir um teto máximo de 7.620 metros. Pode ser armado com canhões M 240, uma M2 Browing ponto 50, e GAU-17 Minigum.

 

Se os Estados Unidos da América e demais países ricos apoiam a Ucrânia e Israel com unidades de defesa porque não apoiarem a defesa da Amazônia, mundialmente classificada como o pulmão do mundo?

 

Além do Osprey, outra excelente aeronave que já comprovou sua eficácia na Amazônia e conquistou lugar de destaque na história da aviação é o helicóptero militar americano multiuso Black Hawk (falcão negro), tornando-se um dos mais produzidos de todos os tempos. Sua incrível capacidade para se adaptar a uma ampla variedade de missões o transformaram em uma ferramenta fundamental em operações militares e de socorro.

 

Já imaginaram estas aeronaves em boas mãos do grupo de elite de fiscalização do Ibama ou em atividades humanitárias e de saúde na Amazônia?

 

O Amapá, como região estratégica de fronteira, não possui uma aeronave militar de defesa, dirá uma esquadrilha de caças Tucano ou de vigilância aérea permanente para terra, mar e ar.

 

Os mais antigos devem ter saudades do bravo guerreiro hidroavião Catalina, de fabricação americana, que tantos bons serviços prestou às diversas comunidades amazônicas levando assistência e saúde às regiões mais distantes. Quantas vidas não foram salvas pelos aviões Catalina?

 

Muito mais do que velhos discursos “patriotas” é fundamental, hoje, repensar a defesa da Amazônia através de parcerias focadas em ações imediatas e efetivas para que a nossa tão rica e imensa região não vire uma terra sem lei sob domínio de aventureiros predadores.