Wellington Silva

O apagão


Nunca na história do Amapá se viu uma fúria tão violenta e sequencial de raios como a que aconteceu na noite de terça para quarta-feira, entre 3 e 4 de novembro de 2020, um dia após o Dia de Finados. Aonde se vai existe sempre uma história contada por populares, comerciantes, técnicos da CEA e Eletronorte, incansáveis na tentativa de restabelecer a energia.

Na Avenida Mendonça Furtado a força de um raio partiu uma árvore ao meio, sendo dia seguinte cortada e retirada pelos bombeiros. Trabalhadores e proprietários da empresa Comap (Compensados do Amapá), localizada de canto com a Praça Nossa Senhora de Fátima, presenciaram uma sequência de fortes raios, incialmente no campo de futebol da praça, e depois em um poste, bem em frente da entrada da empresa, arrebentando cabos e peças de sustentação dos cabos de alta tensão. Nas instalações da sede da Eletronorte, em Macapá, moveleiros também presenciaram uma forte intensidade de raios.

A ocorrência mais terrível, por força da Natureza, ocorreu na subestação da Eletronorte, localizada na Zona Norte. Raios afetaram seriamente pesados geradores/transformadores de energia elétrica, fato que chamou a atenção de diversos populares, dado o volume das chamas e antes, o forte barulho provocado pela descarga dos raios.

Mas daí perguntamos:

O Porque de uma ocorrência, inédita, tão forte e sequencial de raios no Amapá, em Macapá?

A resposta, com certeza, pode estar nas atitudes inconsequentes de pessoas com a Mãe Natureza, as queimadas em Mato Grosso, no Pará e aqui mesmo, no Amapá, contribuintes para a excessiva poluição no ar e excessivo calor, agravantes que somente provocam estufas e mais estufas de ar quente na camada atmosférica. O resultado disso tudo, é o que estamos sentindo, mesmo e apesar da nossa região ser considerada e consagrada como uma das mais bem preservadas do planeta.

Na realidade, estamos pagando a conta pela irresponsabilidade de gente inconsequente de estados vizinhos, justamente os incendiários que nunca pensam e nem medem as sérias consequências de seus atos para com o próximo mais próximo, sua comunidade, seus vizinhos…

Enquanto não houver uma legislação rígida para este tipo de gente com prisões, multas pesadas e confisco de bens, ano a ano iremos nos deparar com situações bem difíceis e complicadas. E não existe coisa mais difícil e complicada do que a pequenez humana se deparar com a incontrolável fúria da natureza, sejam queimadas ou enchentes, por exemplo.

E de pensar que temos um Ministro do Meio Ambiente a descaradamente incentivar em reuniões palacianas sérias atitudes agravantes ao meio ambiente.

Enquanto isso, aqui, a visível falta de bons para-raios “cantiando” toda a área da subestação inevitavelmente contribuiu para a atração destes, isso de acordo com análise técnica.

Refletir é preciso!