Wellington Silva

O necessário controle epidemiológico ontem e hoje


Lembro perfeitamente que quando éramos crianças, alunos da Escola Princesa Izabel, em plena década de 70, de um rigoroso e necessário controle sobre todos os alunos estarem devidamente vacinados. Na época, o presidente da República Federativa do Brasil era Emílio Médici (mandato de 1969 a 1974), depois sucedido por Ernesto Geisel (mandato de 1974 a 1979).

O principal centro de vacinação funcionava no Instituto de Educação do Território do Amapá – IETA, onde atualmente funciona a Universidade Estadual do Amapá – UEAP.  Todos os alunos tinham de estar com o seu cartão de vacinação para comprovar as vacinas contra o sarampo, pólio, rubéola, bcg, etc. No ombro, a marca da vacina que temos até hoje. Quem não estivesse devidamente vacinado, principalmente contra doença contagiosa, tais como o sarampo, não entrava na escola.

Havia um empenho muito grande de professores, professoras e principalmente da direção das escolas para que todas as crianças estivessem devidamente vacinadas, ainda mais em se tratando que vivíamos em uma região insulada, a bucólica Macapá dos anos 70.

Lembro também que a sempre elegante Professora Elza Craveiro, Diretora do Princesa Izabel, era uma pessoa muito distinta e respeitada na cidade de Macapá. Se preocupava com todos e era incansável no mister da responsabilidade do cargo que ocupava. E quando a Professora Elza tomava conhecimento, no seu controle, da existência de algum aluno não vacinado, mandava imediatamente chamar os pais relapsos ou ia com um grupo de professoras na casa dos pais do aluno. Houve algumas poucas situações em que ela se viu forçada a dar uma boa “esculhambação” em pais de alunos. Sua voz rouca, mas firme, por vezes se fazia ouvir. Elas eram, em verdade, nossos anjos da guarda, tal qual Professora Elita, com quem muitos tiveram aulas de reforço em sua casa, inclusive eu. Para elas, nos educar e nos prevenir contra doenças era um dever sagrado e, para nós, eram como se fossem nossas segundas mães.

Hoje, lamentavelmente, assistimos boquiabertos o mandatário de uma nação praticamente desobrigar pessoas a se vacinarem contra um vírus mortal que já se mostrou muito pior do que a gripe espanhola, ocorrida em 1918: O Covid-19!

Não existe nada de patriota em desobrigar seu povo a não se vacinar contra o covid-19. Não existe nada de patriota em negligenciar irresponsavelmente os cuidados e recomendações de médicos e cientistas sobre esta maldita pandemia.

Ser patriota é sobretudo proteger e amar o seu povo!