Wellington Silva

O negador de si mesmo e o fanático deprimente


Não existe coisa mais indigna e deprimente do que você negar ou renegar suas próprias origens, identidade cultural, cultura e ancestralidade em nome de um radicalismo teológico extremista.

A pergunta é:

O que leva determinadas pessoas chegarem ao cúmulo do ridículo e do absurdo a incorrerem em graves infrações penais ou agressões verbais pelo simples prazer de agredir a sua e a nossa identidade cultural?

Fanatismo político e religioso?

Após pronunciamento insensato divulgado na mídia e redes sociais o senhor Sérgio Camargo do Nascimento teve sua nomeação suspensa como Presidente da Fundação Palmares por estar incluso em uma série de violações legais por conta de práticas de intolerância religiosa. O ato foi imediatamente expedido pelo Juiz da 18ª Vara Federal do Ceará, Emanuel José Matias Guerra, em acatamento a uma ação popular. Gravem bem o nome dele, do juiz: Emanuel, que quer dizer, Deus conosco!

A Auditoria Geral da União estuda recurso para manter Sérgio Camargo no cargo, o que pega muito mal perante a opinião pública nacional. Está muito claro para todos que a questão não é ideológica

Mas temos também o Senhor Mantovani, uma outra absurda aberração a destilar tolices e bobagens sobre o rock, John Lennon e grandes ícones da Música Popular Brasileira. Está muito claro para todos que a questão não é mais ideológica e sim de pura intolerância tanto da parte de Sérgio Camargo como de Mantovani. E ao que parece, a intenção de Mantovani está muito clara: tentar atrair holofotes na mídia e redes sociais para propositalmente confundir e gerar pura desinformação. Somente uma pessoa muito desinformada e fanatizada, do ponto de vista político e religioso, seria capaz de aceitar este festival de tolices e bobagens que ele diz, tais como: “ o rock leva ao aborto e ao satanismo; John Lennon era satanista; os Beatles surgiram para implantar o comunismo no mundo, e down, down, down! Tudo down! Em declive…

Primeiro que as canções dos Beatles foram terminantemente proibidas de serem tocadas na velha China comunista dos anos 60/70, na extinta União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, em Cuba e em outros países totalitários. Anualmente a canção Imagine e Happy Cristmas (Feliz Natal), escritas e musicalizadas pela genialidade incomparável de John Lennon, são as mais tocadas no mundo, véspera de Natal e Ano Novo, e dispensam comentários, justamente pela mensagem reflexiva de Paz e Amor com profunda Iluminação Superior na composição da letra e melodia.  Mas, apenas para lembrar, o gênio Beatle previu perseguições na antológica canção A Balada de John e Yoko, quando escreveu:

“ Cristo, você sabe que não é fácil! Você sabe como pode ser difícil! Do jeito que as coisas vão indo, eles vão me crucificar…”

Durante a sua manifestação de protesto pela Paz no Mundo, em New York, quando entrou em jejum, e lançou a antológica canção Give Peace a Chance (Dê uma Chance a Paz) um intolerante e deprimente jornalista americano o perseguiu e o atacou injustamente. Qual o nome dele? E a quem interessa saber o nome deste radical e pobre infeliz, diante da biografia de Lennon? Assim será o destino do senhor Olavo, Sérgio e Mantovani. Não passarão de poeiras ao vento, esquecidos no tempo e no espaço…

Enquanto isso, a genialidade dos Beatles e a de John Lennon continuarão sendo admiradas no mundo todo, geração após geração, e sempre serão objeto de estudo de músicos, filósofos, historiadores, sociólogos e sociedades esotéricas assim como todo o nosso universo cultural ameríndio e afrodescendente, tais como o tradicional batuque, herdado da Mãe África, inspiração para criação do samba e do nosso carnaval, a maior festa popular do planeta.