Wellington Silva

O terror e os erros primários na defesa de Brasília


 

A velha cartilha da malandragem e a antiga regra da boa observação policial sempre “rezam” que o malandro, o marginal, o criminoso e até mesmo o terrorista estudam minuciosamente o terreno antes de agir, observam o comportamento diário das pessoas, anotam horários do fluxo ou de ausência de pessoas, nível de policiamento ostensivo, etc, e no final avaliam os riscos de dar ou não certo a ação, o roubo, o crime em si. Portanto, o ato terrorista praticado na capital federal do Brasil certamente que foi cuidadosamente estudado e planejado, e isso está muito claro!

 

As ações de invasão, atos de terror e puro vandalismo praticados no Congresso Nacional, no Palácio do Planalto e no Supremo Tribunal Federal-STF evidentemente foram facilitados pelos “amigos da onça” do estado democrático de direito e por “agentes contribuintes” do rei de deposto, nas urnas!

 

Todos sabem que a partir de sexta-feira a capital federal fica praticamente deserta e o fluxo de veículos e de pessoas cai consideravelmente. É o momento em que a grande maioria do parlamento visita sua base eleitoral, em seu estado, e dá entrevistas para divulgação de suas atividades.

 

Mas, ocorre que Brasília já vinha sendo alvo de grandes aglomerações da massa bolsonarista, em frente ao QG do Exército, com livre trânsito de ônibus e acampamento de pessoas em área restrita, militar.  Todo santo dia uma liderança fanática fazia graves incitações de crime de golpe de estado, bradava a ruptura total com o estado democrático de direito, e, no geral, clamava, usando o Santo Nome de Deus em vão:

“Intervenção militar já, com Bolsonaro no poder! Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”!

Desde o ano passado que este cenário espectral lamentável já vinha sendo alimentado, anunciado em movimentos de rua, divulgado nas redes sociais bolsonaristas e alertado pela imprensa, inclusive por nós, do Diário!

Portão de quartel e frente de quartel, como regra geral universal, sempre foi área restrita a civis. É uma área de mobilidade e treinamento militar, jamais para loucas aglomerações golpistas!

É Inegável que houve no mínimo negligência ou omissão da base de comando responsável pelo serviço de segurança pública se levarmos em consideração a associação de negligência ou omissão com o tal decreto golpista encontrado na residência de Anderson Torres, um documento “prontinho” para assinatura e “glorioso” retorno de “El-Rey” Salvatore, o “mito micológico” do estado de exceção!

 

E os erros primários observados na segurança pública do Distrito Federal?

Considerando o alto nível de ameaças consecutivas, por todos vistas nas redes sociais bolsonaristas, de que eles realmente iriam invadir e dominar geral o Planalto Central do Brasil, o que de muito poderia ter sido feito como medidas de segurança era antecipadamente posicionar carros-tanque d’água no STF, no Palácio do Planalto e no Congresso Nacional, além de colocar de prontidão efetivos de tropas de choque e de contenção, todos municiados com caixas de bombas de gás para dispersar qualquer multidão fanatizada enfurecida.

 

O Day After, o fatídico domingo, em grande ato final evidenciou a destruição interna quase total dos três poderes, atos praticados por fanáticos terroristas bolsonaristas!

 

 

A histórica obra As Mulatas, de Di Cavalcanti, avaliada em mais de 8 milhões de reais, foi insanamente perfurada! Um relógio de Balthazar Martinot, do século XVII, trazido por D. João VI ao Brasil, em 1.808, foi insanamente destruído! Até a mesa de Juscelino Kubitschek foi insanamente jogada de cima abaixo!

 

Mas, afinal de contas, o que houve? Porque do cometimento de erros tão primários na defesa do Congresso Nacional, do STF e do Palácio do Planalto? Falta de comando? Absurda simpatia ou empatia com o movimento golpista? Absurdo apoio e empatia de autoridades e de algumas patentes das forças federais e estaduais com o movimento golpista?

 

As investigações, em breve tempo, devem responder a nação!