Wellington Silva

Yanomamis e monstros


 

Qual o grau de dívida histórica nacional com as comunidades indígenas?

 

Para quem pesquisa história, eles tiveram papel decisivo na consolidação do território nacional brasileiro. Ao lado de tropas portuguesas expulsaram   invasores estrangeiros e tornaram capaz a soberania nacional do país.

 

Qual o grau de menosprezo e até mesmo de motivação ou perseguição política a estas comunidades, principalmente contra os Yanomamis?

 

Até que ponto autoridades foram omissas, coniventes ou tiveram participação direta ou indireta com o atual estado de calamidade em que se encontra o povo Yanomami, vítimas de subnutrição, fome e doenças? Seria este o resultado óbvio, direto e vil da ilegal política de exploração mineral de ouro assim como do abandono do poder público?

 

Quais interesses estão por detrás de uma modalidade genocida tão vil, covarde, sistematicamente pensada? Ouro, ouro, ouro!?

 

Todas estas questões devem ser mensuradas e cuidadosamente investigadas!

 

Indignados, de uma coisa temos certeza:

Estarrecidos, após atos de vandalismo praticados em Brasília, estamos de novo a assistir cenários de terror como triste resultado de uma política doentia, genocida, covarde, vil e perversa onde o céu não é o limite, pois ela inverte valores, desvaloriza a vida humana e destrói a Mãe Natureza!

 

Mais de vinte mil garimpeiros encontram-se a certo tempo ilegalmente explorando ouro em áreas de reserva Yanomami, e tudo sob as “vistas grossas” de autoridades. De tabela, rios e nascentes de perder de vista estão morrendo por conta da ação mortal do mercúrio e de outros metais pesados. Trata-se de um sinistro efeito dominó contaminante que vem matando peixes, animais, aves, causando graves doenças e mortalidade ao povo Yanomami!

 

O plano de contenção e de expulsão de garimpeiros das áreas de reserva Yanomami foi engavetado!

 

Aeronaves que viessem a sobrevoar a pista de pouso localizada na reserva eram proibidas de aterrissar. Logo, milhares de garimpeiros fortemente armados sempre impediam o pouso de qualquer aeronave que viesse a socorrer a comunidade indígena.

 

Para agravar ainda mais o caos, as instalações de bases militares e de fiscalização, manutenção dos serviços de saúde e fiscalização bem como a execução de projetos essenciais de saúde e de segurança pública, tudo enfim foi lamentavelmente abortado em 2022!

 

Ao que tudo indica, parece que o lobby da turma do ouro deve ter sido muito forte, e bastante convincente!

 

O Marechal Rondon morreria de profundo desgosto e vergonha ao ver tão absurdo ato genocida perpetrado contra comunidades tradicionais da Amazônia. Ele, que com tanto cuidado, procurou se aproximar, conhecer, respeitar e proteger os povos originários do Brasil.