Heraldo Almeida

Artes visuais retratam cotidiano do samba


Heitor dos Prazeres, Nelson Sargento, Di Cavalcanti, Cândido Portinari. Esses são alguns dos artistas que pintaram, ao longo dos anos, cenas de um dos gêneros musicais mais famosos do Brasil: o samba. A presença dessa manifestação cultural nas artes visuais não apenas a perpetua ao mostrar sua história, mas também revela que se trata de algo intrínseco ao próprio brasileiro.
“O samba está presente nas artes visuais porque é algo que está no pintor, está dentro da gente, dentro do brasileiro”, afirma o músico e pintor Heitorzinho dos Prazeres. “O samba faz parte da nossa cultura. Está nos versos de poesia, nas esculturas, na pintura porque está no gene do brasileiro”, destaca.

No caso de Heitorzinho dos Prazeres, a influência veio do pai, o sambista e pintor Heitor dos Prazeres (1898-1966). Em suas telas, estão cenas de samba de tempos anteriores, figuras carnavalescas, cenas suburbanas e cenas cariocas festivas. “Eu nasci nesse berço do samba, já chorei ao som do cavaquinho e dormi acariciado pelo som dos pincéis. Com cinco anos, via meu pai pintando embaixo do meu beliche”, recorda.

O pai, Heitor dos Prazeres, tanto nas canções que compôs quanto nos quadros que pintou, narrou com maestria a vida da gente do Rio de Janeiro. “A alegria e o sofrimento desse povo é que me obrigam a trabalhar”, disse o sambista, em referência ao seu processo criativo, no documentário de 1965 que leva seu nome, dirigido por Antônio Carlos da Fontoura.

Autodidata, Heitor dos Prazeres retratou em seus quadros o dia a dia de moradores das favelas, com cenas como brincadeiras de criança, festas juninas, jogos de baralho e rodas de samba, sempre com a indefectível marca dos personagens olhando para o alto.

Outro cantor e compositor que se destaca na pintura é Nelson Mattos, mais conhecido como Nelson Sargento, nascido em 1924, no Rio de Janeiro. Como pintor, ele utiliza as técnicas do primitivismo e do cubismo para retratar palhaços, baianas, festa de carnaval e o cotidiano das favelas. O artista, inclusive, foi um dos agraciados pela 22ª edição da Ordem do Mérito Cultural (OMC), principal condecoração pública da área da cultura, realizada no início de novembro pelo Ministério da Cultura. (www.cultura.gov.br).

Cortejo
É nesta quinta o cortejo do Banzeiro do Brilho-de-Fogo pelas ruas e avenidas do centro de Macapá.
Concentração a partir das 15h ao lado do mercado central, com saída às 16h até a praça Floriano Peixoto.

Inauguração
Nova Praça Floriano Peixoto será inaugurada nesta quinta, 8, às 16h, com vasta programação cultural.

Agenda MPA
Sexta, 9, tem show do cantor e compositor, João Amorim, no Projeto da Música Popular do Amapá (MPA), com uma linguagem bem amazônica de cantar o que é nosso.
Artistas convidados: banda Negro de Nós, Mayara Braga, Beto Oscar, Maria Ely e Ariel Moura.
No bar “O Barril”, esquina da av: Procópio Rola com a rua Hamilton Silva, às 21h. Informações: 98139-4322 e 99139-8982.

“Voz e Cordas”
Um presente de natal. Dia 23 de dezembro tem show da cantora Lia Sophia em Macapá, no bar Vitruviano, às 22h. Informações: 98122-4919. (mesas limitadas).
Av: Machado de Assis, entre as ruas Hamilton Silva e Leopoldo Machado (atrás da Assembleia Legislativa.

Zankerada
Domingo, 11, tem oficina de Zankerada na Casa Fora do Eixo Amapá, com Finéias Nelluty, às 15h.
Av: Clodóvio Coelho entre as ruas Hamilton Silva e Leopoldo Machado – Trem.

Marabaixo
Dia 17 de dezembro vai acontecer a final do Festival Cantando Marabaixo, no Centro Cultural Raízes do Bolão (maloca da Tia Chiquinha), às 19h.

Realidade
É bom não contar com a certeza, pois o esperado está quase impossível de acontecer. Sabemos da boa vontade, mas a realidade da crise é real.
Sendo assim, é bom reorganizar a agenda.

Triste
Recebemos denúncia de que o restaurante d o Trapiche Eliezer Levy está abandonado e com parte da estrutura foi arrancada, a ponte também.
Muitas luminárias foram tiradas e outras estão queimadas. Está uma escuridão total.