Heraldo Almeida

Que políticas culturais?


A cultura e a arte sempre ocuparam um plano secundário no Brasil, o que traz reflexos que se evidenciam ainda hoje. Essa posição trouxe, como corolário, o fato de que uma das características definidora da política cultural no Brasil foi sua total ausência. Em termos mínimos, para que se configure uma política cultural são necessárias intervenções conjuntas e sistemáticas, além de objetivos claros. A colônia foi marcada por um controle rígido da cultura, com a proibição de instalação da imprensa, a censura a livros e jornais estrangeiros, a falta de incentivo à educação e a ausência de universidades (90% da população brasileira era analfabeta em meados do século XIX), Mesmo com a vinda da família real para o Brasil, em 1808, fugindo das tropa s de Napoleão com a consequente instalação da corte portuguesa no Rio de Janeiro e o traslado de acervos reais que deram origem a instituições como a Biblioteca Nacional e o Museu de Belas Artes, não houve ações sistemáticas que configurassem uma política cultural, quadro inalterado com a independência e a proclamação da República.

O marco das políticas culturais no Brasil é a ‘Revolução de 1930’ que coloca Getúlio Vargas no poder e mais efetivamente com o Estado Novo (1937-1945), quando o poder ditatorial de Getúlio assume sua cara mais autoritária. O contexto em que a ‘revolução’ acontece é o de incorporação de novos atores sociais, mais especificamente uma burguesia emergente e um proletariado que adentrava a cena. Industrialização, urbanização, modernismo cultural, fortalecimento e centralização do Estado nacional eram os elementos que mudavam a face do país, convivendo com as velhas oligarquias que mantinham seu poder. Pela primeira vez o Estado brasileiro realizava um conjunto de intervenções sistemáticas na área da cultura, o que se refletia em práticas, legislações, organizações e instituições criadas para esse fim.

A política cultural desse período foi influenciada pela experiência inovadora de Mário de Andrade, artista e intelectual, à frente do Departamento Municipal de Cultura de São Paulo, intervenção pública pioneira que elevou a cultura a um patamar de destaque nas políticas públicas. O autoritarismo é mais uma das características definidora da política cultural brasileira. Na ditadura militar implantada em 1964, após um golpe que derrubou o presidente João Goulart, a política cultural também será percebida como instrumento fundamental da ação governamental para a construção e manutenção de uma nação homogênea, integrada, dentro do binômio segurança e desenvolvimento que guiava o projeto de nação gestado pelos militares. O documento ‘Política Nacional de Cultura’, de 1975, sistematiza uma política cultural no nível federal. Ações sistemáticas foram adotadas e vários órgãos foram criados para sua consecução, como a Embrafilme e a Funarte, conselhos foram criados para dar respaldo legal às ações empreendidas pelo governo. (Lúcia Maciel Barbosa de Oliveira – Encontro com a Missão Holandesa EM 2009 – Centro Cultural São Paulo)

“Canta Brasil”
Hoje é dia de ouvir o “Canta Brasil” na Diário FM 90,9. Um repertório refinadíssimo da boa música popular brasileira (MPB).
Das 6 às 8 da noite. Sintonize.

Sem propostas
Nas entrevistas que já ouvimos (Diário FM), percebemos que os candidatos a prefeito (a) de Macapá não tem propostas definidas (ou nenhuma) para os segmentos artísticos e culturais.
Precisamos urgentemente de um plano de política pública cultural que seja verdadeiro e viável para o município de Macapá e para o estado.

 Literatura
Com a carreira de cantor e compositor consolidada, Zé Miguel entra no mundo da literatura e já está escrevendo seu primeiro livro. Parabéns.

Agenda
Neste sábado, 27, tem show de Nivito Guedes e Paulinho Mururé, no bar “O Barril”, às 19h.
Esquina da av: Procópio Rola com a rua Hamilton Silva – Centro.

Oficina
O Sesc Amapá está com inscrições abertas para as oficinas “Interpretação Cinematográfica” e “Produção de Curta Metragem”.
De 7 a 10 de outubro, no Sesc Araxá, ministradas por Tomé Azevedo e Ana Vidigal.

Batom Bacaba
Novo álbum (CD) da cantora Patrícia Bastos “Batom Bacaba”, já está finalizado e pronto para ser lançado.
Dia 29 de setembro no Rio de Janeiro, 2 e 6 de outubro em São Paulo, e 11 de novembro em Macapá (Teatro das Bacabeiras).

“Amapá”
Título do novo CD do cantor e compositor Mauro Guilherme, já finalizado. Aguardamos a data de lançamento desse projeto musical.

Matriarca
Tia Zefa com seus lúcidos 100 anos de muita vida, continua nos alegrando nas rodadas de Marabaixo. Tirando “ladrões” e dançando.