Heraldo Almeida

Rambolde Campos: ‘Macapá, amor à primeira vista’


Rambolde Campos é um nordestino de Natal (RN), com cara de amapaense, uma verdadeira mistura de gente que nasce no Brasil e que a identidade geográfica musical, pouco importa, pois, é no sabor do cancioneiro brasileiro que se ama o que se vive.

O cantor e compositor, Rambolde Cavalcante Campos, artisticamente conhecido como Rambolde Campos, decidiu registrar a própria carreira musical com um projeto de cantador autoral. E deu o nome de “Rambolde 30 anos”, uma coletânea de 30 músicas, onde dez são inéditas, fazendo parte de um álbum duplo especialmente produzido para celebrar a trajetória desse filho potiguar, de natal (RG), que um dia escolheu as terras tucujus pra morar, bem no comecinho dos anos 80. Desembarcou em Macapá escorado em um violão e na bagagem, uma penca de sonhos, com sons e ritmos brasileiros. Foi amor à primeira vista. Esse amor já dura mais de dez anos e desse casamento, r esultaram dezenas de composições próprias e com outros parceiros de outras paragens, como a canção “Nos passa vida”, feita com Osmar Júnior, um dos maiores compositores e letristas da Amazônia.

Sua cidade de nascimento é Cabugi, alguns quilômetros do município de Lages Pintadas (RG), lá Rambolde cresceu ouvindo o pai dele interpretar, no assovio, os clássicos de Luiz Gonzaga, o “Rei do Baião”. Apesar de muito jovem, Rambolde já entendia o que o “véio Lua” queria dizer com “terra ardendo qual fogueira de São João”. Era a seca castigando o povo nordestino. E a desolação era tamanha que até mesmo a Asa Branca, não suportando o braseiro, tinha batidos asas do sertão. Foram as canções de Luiz Gonzaga que serviram de inspiração para o cantor.

Atendendo a convites de parentes que já moravam em Macapá, aos 20 anos de idade, Rambolde Campos, desembarcou em terras tucujus “pra passar alguns dias”, apenas para rever tios e primos e conhecer a terra em que eles moravam há bastante tempo. “Meu tio foi pioneiro aqui em Macapá. Eu em Natal ouvia muito falar dessa cidade, do povo bom e hospitaleiro, e das riquezas naturais que aqui, segundo afirmavam, existiam em abundância. E ainda existem como a gente pode ver e me apaixonei imediatamente”, finalizou Rambolde. O artista está finalizando o seu novo disco, ‘A Face do Meu Amor’.

 

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CAIÇARAS: Denominam-se caiçaras os habitantes tradicionais do litoral das regiões Sudeste e Sul do Brasil. Formados a partir da miscigenação entre índios, brancos e negros e que têm, em sua cultura, a pesca artesanal, a agricultura, a caça, o extrativismo vegetal, o artesanato e, mais recentemente, o ecoturismo.

 

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Meu coração tropical
Amanheceu batucando por você
Eu não sou anormal
Aqui do outro lado do Brasil
Osmar Júnior

 

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Lançada
A versão samba da música Vida Boa foi lançada, nesta sexta (9), pelo grupo Gente de Casa, em seu 2º disco. Faz parte do novo projeto de músicas regionais do grupo. A música é de autoria de Zé Miguel. Parabéns.

 

Bregaço
Grupo de samba amapaense, Os Moreiras lançaram, nesta sexta (9), os medleys 3 e 4 de bregas no ritmo do samba. Repertório refinado e muita qualidade técnica. Confira nas plataformas digitais do grupo.

 

‘Açucena’
Título de uma bela poesia da amapaense, Anny de Carvalho, valorizando o regionalismo amazônico. “Falaram pra açucena se casar, mas ela rodou sua saia, saiu como quem se anima pra passear…”.

 

‘Sentinela Nortente’
Título do primeiro LP de Amadeu Cavalcante e do Movimento Costa Norte, lançado em 1989, na sede do Trem Desportivo Clube. Também, nome da música de Osmar Júnior, que está no disco.

 

Criação
Nasce a ideia seguida da luz do talento, mas a criatividade pede passagem para se fazer presente e logo o dom deixa o pensamento seguir seu caminho sem volta. A obra tá criada.

 

Descobrindo talentos
Aos artistas que ainda continuam no anonimato, mas produzindo com talento, entrem em contato com a produção do programa ‘O Canto da Amazônia’ (Diário FM 90,9) e do site da cultura ocantodaamazonia.com para divulgar seus projetos. 96 99141-8420.

 

Futuro
Poetinha da Amazônia Osmar Júnior, diz que temos que combater a inquietude e compartilhar a plenitude da esperança. Que cabe a todos nós nos lambuzarmos de presentes pensando no futuro.
“Cabe-nos perfumarmos com incensos e bálsamos, e abrirmos nossas janelas para o sol nos banhar de luz”, disse. (do livro Piratuba, A Cantoria do Lago – escrito por Fernando Canto sobre o artista).