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A função negativa do BNDES

Segundo o site Spotiniks, a partir de 2006 foram feitos mais de dois mil financiamentos para construir usinas, portos, rodovias e aeroportos no exterior, elevando ainda mais o caos na  falta de infra-estrutura do país.


Ulisses Laurindo – Jornalista
Articulista

Na hora em que minorias buscam argumentos para ofuscar a maciça maioria dos votos a favor do afastamento da presidente Dilma Rousseff é bom lembrar os motivos que levaram ao impeachment de um governo que durante 13 anos desandou o país, fazendo-o regredir política, econômica e socialmente. A grande massa da população pouco sabe do atentado de um governo populista que desviou fundos do Tesouro Nacional para beneficiar ditaduras sem ter, em troca, nenhum legado para o país.

Segundo o site Spotiniks, a partir de 2006 foram feitos mais de dois mil financiamentos para construir usinas, portos, rodovias e aeroportos no exterior, elevando ainda mais o caos na falta de infra-estrutura do país. De 2006, ano da entrada de Guido Mantega, o BNDES promoveu obras em vários países, chegando a um total de mais de sete bilhões de dólares, valores surrupiados do Tesouro Nacional e com o agravante de que o governo lançava seus títulos na base da Selic, a 11%, e emprestava a 6%, causando grande prejuízo para o Banco em valores correspondentes a R$ 20 milhões, similar ao custo do Bolsa Família que atinge 35 milhões de brasileiros. As obras foram todas praticamente entregues à Odebrecht, Queiroz Galvão, OAS, as mesmas implicadas até o pescoço na Lava Jato, aquinhoadas com as obras fora e dentro do país, principalmente para a Copa do Mundo de 2014.

O quadro é estarrecedor quando se compara a situação da população brasileira, vivendo sem hospitais, estradas, presídios, educação carente, enquanto, por bravura populista, o país foi levado aos caos com sofrimento para seu povo. A Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), hoje tão combatida, no governo passado rendia R$ 40 bilhões anuais, supostamente para a saúde, mas entrou na dança dos empréstimos a ditadores, sem retorno qualquer, como, por exemplo, o metrô do Panamá. Para o amapaense a dor é muito grande, pois o Porto de Santana está lá esperando ajuda.

As 20 obras com empréstimo do BNDES: Porto de Mariel (Cuba) U$ 682 milhões; Hidrelétrica São Francisco (Equador) U$ 243 milhões; Hidrelétrica Manduriacu (Equador), 490 milhões); Hidrelétrica Chaglla (Peru) U$320 milhões;Metrô Cidade do Panamá, U$ 1 bilhão;Auto Pista Cólon (Panamá) U$ 152,8 milhões; Aqueduto de Chaco (Argentina) U$180 milhões; Soterramento Ferrocaril Sarmiento (Argentina) U$ 1,500 milhões; Linhas 3 e 4 Metrô Caracas (Venezuela) U$ 732 milhões ; Ponte sobre o Rio Orenoco (Venezuela) U$ 300 milhões; Barragem de Moamba (Moçambique) U$ 350 milhões; Aeroporto de Macala (Moçambique )U$ 125 milhões; BRT da Capital Maputo (Moçambique) U$ 180 milhões; Hidrelétrica de Tumarin (Nicarágua) U$ 343 milhões; Projeto Hacia el Norte (Bolívia) U$ 199 milhões; Exportação de 127 ônibus (Colômbia) 26,8 milhões; Exportação de 20 aviões (Argentina) U$595 milhões ; Abastecimento dágua Capital do (Peru), não informado; Renovação da rede de gasoduto (Montevidéu-Uruguai), não informado; Via expressa Luanda, não informado.


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