Artigos

Falência moral

O Estado brasileiro vem apenas produzindo desagradáveis dados estatísticos, figurando entre um dos países mais corruptos do mundo.


Estamos moralmente falidos! Tristemente, vergonhosamente e lamentavelmente, moralmente falidos perante a comunidade internacional. O volume de corrupção em que o Estado brasileiro está metido salta aos olhos de brasileiros e do mundo. Qualquer cidadão brasileiro ou de qualquer canto do globo terrestre, por mais leigo que seja no campo da jurisprudência, logo percebe que nosso país está mergulhado num alto grau de corrupção. Nossa estrutura econômica está abalada! O Brasil de 2016 não inspira confiança a investidores. Nosso teórico estado democrático de direito de servir a sociedade brasileira com saúde, educação, segurança pública, cultura e esporte já é quase artigo de luxo e letras mortas após internação em CTI. O Estado vem apenas produzindo desagradáveis dados estatísticos, figurando entre um dos países mais corruptos do mundo. Nosso PIB tem sido pífio e a meta de recuperação da economia em 2017 é papo furado. Empresários e trabalhadores continuam de cabelos em pé. Empresas e lojas fecham. O desemprego aumenta e preocupa. A violência grassa!

A pirotecnia do Partido Traíra dos Trabalhadores em insistentemente querer tapar o sol com a peneira cada vez mais irrita a grande maioria da sociedade brasileira. E eu me pergunto o que mais o pessoal da USP quer, em nome de Deus e de Nosso Senhor Jesus Cristo pregado na Cruz, para enxergar o óbvio ululante? Que o Hélio Bicudo, renomado jurista e fundador histórico do partido, passe 3 ou 4 horas narrando e provando com documentos o grau de corrupção? Que a OAB e a Associação Nacional de Magistrados, somadas, através de seus representantes legais, passem 6 horas ou mais narrando e comprovando fatos irrefutáveis? Que o Joaquim Barbosa vá lá?

O alerta nas redes sociais do ex ministro do STF, Joaquim Barbosa, mostra um brasileiro preocupado com o nível de corrupção a que chegou este país. O Congresso Nacional está fazendo a sua parte. Já aprovou por quase unanimidade autorização para abertura de processo de impeachment contra a Presidente. Apenas um votou contra. Resta-nos aguardar os próximos capítulos, sim, porque a gravidade, agressividade e completa e total falta de respeito para com o Supremo Tribunal Federal e demais instituições jurídicas federais também vêm irritando brasileiros livres e de bons costumes, assim como já incomoda o mundo. E o mundo globalizado, perplexo, assiste a atitudes abusivas de autoridades e ex-autoridades da República Federativa do Brasil.

O diacho é que na América Latina, no quesito desenvolvimento econômico e qualidade de vida, perdemos até para Uruguai e Chile. As Forças Armadas desses países são mais equipadas do que as nossas, e a Dinamarca continua figurando como um dos países menos corruptos do mundo. Vamos aguardar a divulgação da pesquisa do chamado Índice de Percepção da Corrupção, de 2016. Os dados podem ser divulgados neste fim de ano ou em meados de 2017, através da organização alemã Transparência Internacional, criada em 1995.

Como memórias históricas para reflexão ficam os exemplos, atitudes e palavras de Castelo Branco e Geisel. O presidente Castelo Branco (1964/1967), ao tomar conhecimento de favoritismo a seu irmão (que tinha recebido um automóvel como “gratidão”), mandou chamá-lo em seu gabinete. Após rápida conversa, foi logo exclamando, com um murro na mesa:

– Você já está demitido! Estou pensando se mando ou não prendê-lo!

Ernesto Geisel, 29º Presidente do Brasil e 4º da intervenção militar (1974/1979), parece que tinha uma bola de cristal na cabeça ao antever a sede de poder dos que hoje são condenados ou acusados de corrupção:

– Se é a vontade do povo brasileiro eu promoverei a abertura política no Brasil. Mas chegará um tempo em que o povo sentirá saudade do regime militar, pois muitos desses que lideram ou combatem o fim do regime não estão visando o bem do povo, mas sim seus próprios interesses.


Deixe seu comentário


Publicidade