Artigos

Pelo Brasil, voto sim

Ulisses Laurindo – jornalista


Minha longa vivência atuando na mídia diária forçou-me a entender que os assuntos de qualquer crônica devem atender, como prioridade, fatos recentes e relevantes.

No presente artigo trato do recente resultado da Câmara Federal no julgamento do presidente Michel Temer, motivo de imensa repercussão no país e no mundo, por interessar à população. O que deixou de ser colocado com clareza e objetividade foi o exemplo deixado pelo presidente Getúlio Vargas que disse que “0 Brasil nada teme no presente, orgulha-se do passado e confia, serenamente, no futuro”.

Dos 490 deputados presentes na histórica votação do dia 2, metade parecia desconhecer a potencialidade do país, soltando mensagens pouco patriotas e ignorando o legado de Getúlio Vargas, sua visão e trajetória do país.

Claro que é direito do cidadão crer em suas verdades, tendo, porém, que alinhá-las numa visão que corresponda ao mínimo de coerência, e isso não se viu na votação, por parte de vários parlamentares.

Responsabilizar Temer pela crise atual na economia e na área política vai contra o senso comum, pois os graves problemas atuais são oriundos do período em que reinava o governo do PT, o que não foi reconhecido pelo grupo de oposicionistas, ao qual faltou coragem para admitir o fracasso quando tinha o comando do governo.

A falha de Temer podia ser lembrada agora, aproveitando a época em que fazia parte dos correligionários do PT.

Atuando de forma sensata e coerente, no momento, com medidas de recuperação da economia, com benefício para normalidades de várias áreas, como a inflação, taxa de juros com um dígito, melhorias nas taxas de desempregos, melhoria na balança de exportações, itens que favorecem a confiança no país, deixando cada brasileiro com firme esperança de que o Brasil em breve sairá da turbulência.

Quando se fala mal da classe política não se está generalizando, apenas colocando na vitrine parlamentares incapazes que pouco trabalham pelas causas em favor do povo.

Esse processo é a chance de representantes de partidos nanicos, sem voz ativa em âmbito nacional, aproveitarem essas horas para ampliar espaço nas suas, e também a oportunidade para frequentarem a mídia com o propósito de aparecer como políticos eficientes, pensando tão somente nas futuras reeleições, porque, eles, apagados na vida pública, passam a ser conhecidos como vitrine, apesar de enganando o povo e usufruindo das benesses que a vida de parlamentar lhes oferece.

Sempre evitei fazer comparação com outros países, pelo entendimento de que temos grandes valores que pouco podem ser alcançados.

Mas ver as cenas da reunião para tentar destronar Temer é encher de vergonha qualquer povo, porque se tratava do destino do país e o comportamento teria que levar em conta o efeito para o destino brasileiro.

Cenas de xingamentos e empurra-empurra seriam normais, mas nunca em reunião para tratar assunto de envergadura. René Descartes escreveu um pensamento que disciplina o bom senso para as ocasiões. Ei-lo: “Bom senso é a coisa do mundo mais bem distribuída.

Todos possamos tê-lo em tal medida que até os mais difíceis de contentar nas outras não costumam desejar, mas o bom senso daquele que tem”. E como o velho ditado que diz que caldo de galinha e bons conselhos não fazem mal a ninguém, acrescento: bom senso, também.


Deixe seu comentário


Publicidade