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Sérgio La-Rocque – Engenheiro Químico (Articulista)

Expectativa de vida: É o Saneamento, governantes!   Informação divulgada pelo IBGE no dia 2 de agosto, sexta-feira, noticiava que a expectativa de vida da po-pulação brasileira aumentou 11,24 anos em três décadas. Embora, penso, não tanto veloz como poderia, mas é de fato uma boa notícia; estamos indo em frente e temos hoje uma […]


Expectativa de vida: É o Saneamento, governantes!

 

Informação divulgada pelo IBGE no dia 2 de agosto, sexta-feira, noticiava que a expectativa de vida da po-pulação brasileira aumentou 11,24 anos em três décadas. Embora, penso, não tanto veloz como poderia, mas é de fato uma boa notícia; estamos indo em frente e temos hoje uma vida muito me-lhor que no tempo de nossos avós.

A melhoria na renda e os programas sociais foram, entre as causas apontadas pelos analistas, as mais evidenciadas. A importância e contribuição desses fatores são inegáveis, entretanto, acho que foi dado pouco destaque ao fator mais determinante para o alcance desse patamar: o Saneamento básico, cujas ações abarcam o abastecimento de água tratada, o manejo de água pluvial, a coleta e tratamento de esgoto, a limpeza urbana, o manejo de resíduos sólidos, além do controle de pragas e de agentes patogênicos.


Com se vê, sua atividade é ampla. Tomemos, então, como foco, por um momento, o seu componente mais impactante: a água tratada.

É sabido que com o advento, no final do século XIX, do processo de tratamento de água para consumo público, por desinfecção com cloro, a expectativa de vida da população mundial aumentou em cerca de 20 anos. Nos EUA, por exem-plo, as autoridades sanitárias dão a esse processo os créditos por um aumento de 50% na expectativa de vida do País no século XX.

De fato, a cloração da água potável é uma das maiores conquistas da história da saúde pública. Posteriormente a ela foi associada, a fluoretação, a fim de prevenir a cárie dentária, contribuindo sobre maneira para a saúde bucal da população, cujo uso, embora remonte a 1945, se tornou obrigatório no Brasil somente em 1975.

Vejamos agora o caso do Amapá, que conforme o IBGE apresentou um crescimento na expectativa de vida de sua po-pulação além de 12 anos, acima inclusive da média nacional. Não tenho dúvida que a ampliação dos serviços de abastecimento de água, desde a criação da CAESA no final dos anos sessenta do século passado até hoje, responde por mais da metade desse resultado. Hoje, praticamente todos os municípios do estado possuem Sistemas de Tratamento de Água.

Pela análise dos dados levantados pelo IBGE é possível constatar que os melhores resultados são alcançados pelos estados que apresentam maior cobertura na oferta da água tratada.

Mesmo considerando toda a precariedade que o fornecimento de água tratada ainda possui, demos um significativo salto.

Imaginemos então o que poderíamos termos alcançado se tivéssemos atingido a tão sonhada universalização desse serviço e se os nossos governantes rea-lizassem a atividade de Saneamento básico em toda a sua plenitude, como objetivo permanente, de forma consistente, simultânea e integrada?

Não tenho dúvida que se houvesse essa vontade política, o nosso salto de qualidade seria muito maior e em muito menos tempo.

Não se trata de nenhuma fantasia, mas de algo que podemos realmente realizar, bastando para tal uma decisão radical de principio – cumpra-se!


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