Cidades

“A cultura do ódio, muito mais forte, está vencendo a paz nas famílias”, diz ouvidor do MP-AP

Promotor de justiça, Marcelo Moreira reforça dizendo que a desagregação presente faz a família perder para a violência


 

Douglas Lima
Editor

 

Em entrevista na manhã deste sábado, 20, o promotor de justiça Marcelo Moreira, ouvidor do Ministério Público do Amapá (MP-AP), reconheceu que a violência familiar tem aumentado no estado, independentemente das chamadas subnotificações.

 

O promotor tem observado o fenômeno social na atividade que ele exerce como ouvidor. Logo que ocupou o cargo, em abril de 2023, ao constatar os muitos casos de violência doméstica, figurativamente pensou que “o termômetro do equilíbrio na família tinha sido quebrado”, mas que depois verificou que de fato “a cultura do ódio, muito mais forte, está vencendo a paz nas famílias”.

 

Marcelo Moreira também observou que o fenômeno da violência de gênero, em número quantitativo, desafia o aparelhamento das instituições públicas que montaram uma rede eficaz para o combate ao problema.

 

Para o promotor de justiça, pode não ser verdadeiro o discurso de que os números da violência hoje em dia conhecidos aparecem maiores porque a mulher agora tem consciência de que precisa denunciar o agressor, e está fazendo isso.

 

Marcelo observa que a violência de gênero ocorre em todos os segmentos da sociedade, não só fisicamente, mas também psicologicamente. Exemplificando, citou o caso do ex-parlamentar do Pará preso por crime de gênero eleitoral, e o outro de um homem que chamava a mulher de burra e de que também se vestia igual à prostituta.

 

O ouvidor do MP-AP acha que o fenômeno da violência hoje está bem presente em razão da época de pura aceleração em que se vive, com todos querendo conseguir as coisas, na pressa. “Isso gera instabilidade e desagregação na família, que está perdendo para a violência”, interpretou.

 


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