Cidades

Cães do Bope ajudam na reabilitação de crianças atendidas pelo Creap

O método consiste na utilização de cães ou outros animais como recurso terapêutico para as crianças


Os olhos da dona de casa Isaura Costa, 56 anos, encheram de lágrimas ao ver o sorriso do neto Isaque Moraes da Silva, 10 ano, na primeira sessão de cinoterapia, no Centro de Reabilitação do Amapá (Creap), nesta segunda-feira, 30.

O método, que consiste na utilização de cães ou outros animais como recurso terapêutico para as crianças, por meio do projeto “Melhor Amigo”, uma parceria do Creap com o Batalhão de Operações Especiais (Bope), da Polícia Militar. O momento proporcionou às crianças do centro uma experiência única de docilidade e interação com “Lon” (um golden retriever) e com a “Canela” (uma pitbull), que ganharam muito carinho e arrancaram gargalhadas da garotada.

O Isaque comemorou a presença dos cães, adestrados para esse tipo de situação. Ele é atendido há um ano e sete meses no centro, quando foi diagnosticado com distrofia muscular, e necessitou de uma cadeira de rodas para se locomover. O garoto, órfão, é criado pelos avós maternos e sempre teve uma rotina saudável e agitada, como de toda criança.

“Ele se sente triste, pois, quer andar e brincar com as crianças, e não pode. Mas este está sendo um dos poucos momentos que estou vendo ele feliz e sorrindo de novo”, comemorou a avó, emocionada.

Glenda Letícia, 8 anos, não economizou carinho aos animais. Portadora da síndrome de Treacher Collins – que faz com que a pessoa tenha um rosto sem alguns músculos -, ela teve a audição e a fala comprometidas. A pequena faz reabilitação há um ano.

“Glenda é bem introvertida, mas, se relaciona bem com os animais e possui alguns, inclusive”, declarou a avó, Iracema Balieiro dos santos. A servidora pública acredita que toda terapia é válida. Ela está confiante na evolução da neta.

A fonoaudióloga Thaís Bastos explicou que a ação partiu da busca por uma nova alternativa para reabilitar os pacientes no dia a dia, e que a cinoterapia se mostrou uma ferramenta muito importante, onde o animal é instrumento de trabalho, socialização e interação.

Segundo a profissional, a técnica é muito eficaz, pois, a criança cria um laço afetivo, carregado de amor e companheirismo, e se sente motivada, e tem evoluções.

“Já nessa primeira ação, identificamos muitas evoluções de nossos pacientes, a exemplo do Izaque, que, por conta da distrofia, é limitado há alguns movimentos. Mas, foi tão estimulado com a presença dos cães, que se esforçou e conseguiu fazer carinho com um movimento que até então era extremamente difícil para ele. Foi uma feliz surpresa também para nós, enquanto profissionais, esse momento”, declarou Thaís.


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