Cidades

Em Macapá, 7,7% dos motoristas dirigem embriagados

No estado do Amapá, subiu em 6,6% o número de mortes por acidentes de trânsito entre 2008 e 2016


Ao todo, 7,7% dos motoristas de Macapá afirmaram que conduzem veículos motorizados sobre o efeito do álcool. É o que constatou a pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), do Ministério da Saúde, de 2017. Analisando desde 2011, quando foi pontuado o índice de 8,9%, a frequência do hábito se mantêm estável. As oscilações entre os anos não permitem dizer que houve aumento. No Brasil, esse comportamento, no mesmo período, teve aumento de 16%.

O Vigitel é uma pesquisa realizada em todas as capitais do país, por telefone, com adultos maiores de 18 anos. Em Macapá, foram entrevistadas 1.439 pessoas entre fevereiro a dezembro de 2017. Dessas 559 eram homens e 880 mulheres.

Na capital do Amapá, os homens ainda são os que mais se arriscam no estado. Dentro desse último índice representam 12,4% da população, enquanto as mulheres 3,2%. Quando analisado o Brasil no mesmo ano, o fato não muda, os homens representam 11,7% enquanto que as mulheres são 2,5%.

A Diretora de Doenças e Agravos Não Transmissíveis e Promoção da Saúde do Ministério da Saúde, Fátima Marinho, explica que, pela pesquisa, observa-se prevalentemente que os homens continuam a se arriscar mais do que as mulheres. “Esse é um perfil mundial, mas que no Brasil agrava a situação devido à infraestrutura que o país oferece aos condutores. É necessário ser mais prudente, pensar que os acidentes de trânsito podem matar e causar graves sequelas. Da mesma forma, os governos também precisam rever como podem tornar as vias melhores e mais seguras”, enfatizou.

A pesquisa ainda mostra que entre as cinco capitais onde mais se pratica o consumo de álcool ligado a direção são Palmas (16,1%); Florianópolis (15,3%); Cuiabá (13,5%); Boa Vista (11,6%); e Campo Grande (11,3%). Já as capitais onde o hábito é menos praticado são Recife (2,9%); Maceió (3,4%); Rio de Janeiro (4%); Vitória (4,1%) e Porto Alegre (4,8%).

Óbitos por acidentes de trânsito
Os números de mortes por acidentes de trânsito no Amapá subiram em 6,6%, entre os anos de 2008 e 2016. Nesta terça-feira (19) a Lei Seca completou 10 anos de vigência no país, quando foi implementada, em 2008, o Sistema de Informações de Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde registrou 91 óbitos por essa causa, em 2016, dados apontam alta para 97 casos.

A redução é ainda mais representativa se comparado ao ano de 2012, quando a Lei Seca sofreu sua primeira alteração, tornando-se mais rígida com o aumento da multa para condutores flagrados dirigindo alcoolizados. Em 2012, 124 pessoas morreram vítimas de acidentes no trânsito. Comparado a 2017, a frequência caiu em 21,8%.

No Brasil, percebe-se que esse número de mortes caiu em apenas 2,4%. Em 2008, foram registrados 38.273 óbitos, enquanto que em 2016 apontam a queda para 37.345 casos. A redução comparado a 2012 é maior, sobe para 16,7%, nesse ano 44.812 pessoas morreram vítimas de acidentes no trânsito.

Em todo o Brasil, os estados que mais registraram essa queda foram o São Paulo (25,4%), Espírito Santo (21,8%), Santa Catarina (19,0%), Distrito Federal (17,5%) e Paraná (15,9%). Em contrapartida houve o aumento da mortalidade no Pará (39,4%), Maranhão (39%), Piauí (37,2%), Bahia (36,8%), Tocantins (26,5%),

Por regiões, o aumento se deu no Nordeste (26,4%) e no Norte (23%), enquanto que a redução ocorreu no Sudeste (18,6%); Sul (15,5%) e Centro-Oeste (1,9%). Em números de óbitos registrados no ano de 2008 e 2017, passaram de 2.718 para 3.344 no Norte; 9.282 para 11.734 no Nordeste; 3.927 para 3.852 no Centro-Oeste; 15.189 para 12.369 no Sudeste; e de 7.157 para 6.046 no Sul.

Internações
O número de internações, ao contrário do de óbitos, cresceu em todo o país. No Amapá, o Sistema de Informações Hospitalares (SIH) mostra que 374 pessoas foram internadas devido a acidentes de trânsito em 2009. Esse quantitativo subiu em aproximadamente 69,3% em 2016, quando foram registradas 633 internações. Os gastos com esses atendimentos de saúde passaram de R$ 266 mil para R$ 493 mil, nesse período.

No Brasil, em 2009, a pasta registrou 125.060 internações no Sistema Único de Saúde (SUS) envolvendo condutores, passageiros e pedestres que haviam se acidentado no trânsito. Em 2016, 178.974 pessoas foram internadas e tratadas, um percentual 43,1% superior ao primeiro ano da lei seca. O valor gasto em 2016 foi de R$ 252,7 milhões.


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