Cidades

Encontro entre fã e heroína emociona militares em evento do Corpo de Bombeiros do Amapá

Estudante Elaine Rebeca leu para Karla Lessa a redação que escreveu em homenagem à militar. Momento ocorreu durante o II Encontro Estadual de Bombeiras do Amapá


O encontro entre fã e ídolo roubou a cena no evento das bombeiras militares do Amapá, nesta quinta-feira, 9, em Macapá. Vencedora do Concurso Internacional de Cartas, promovido pelos Correios, a estudante Elaine Rebeca Guerra Dias, 14 anos, emocionou não somente a sua heroína, a major do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, Karla Lessa, mas também as 394 militares amapaenses presentes no II Encontro Estadual de Bombeiras do Amapá.


O evento ocorre nesta quinta e sexta-feira, dias 9 e 10, no Anfiteatro da Universidade Federal (Unifap). A major Karla Lessa se tornou mundialmente conhecida depois ser evidenciada pela imprensa nacional e internacional na maior operação de busca e salvamento da história do Brasil, a tragédia de Brumadinho (MG). Lessa é piloto de helicóptero.

Desde as dezenas de entrevistas e reportagens sobra a sua atuação na operação, ela passou a inspirar milhares de mulheres, sobretudo as militares, que passaram a enfrentar com mais firmeza os desafios dentro das corporações.

A oficial revelou que, depois da fama, ganhou diversos presentes, de familiares das vítimas e de fãs, mas foi uma carta escrita à mão a homenagem que mais lhe emocionou.


O ponto alto do primeiro dia de evento foi quando a estudante leu para Lessa a redação campeã que a homenageou. “É de um valor grandioso, que levarei comigo pro resto da vida”, resumiu a oficial.

Aluna da Escola Estadual de Gestão Compartilhada Militar Risalva Freitas do Amaral, em Macapá, Elaine Rebeca contou como teve a ideia de escolher Lessa como personagem principal. A estudante revelou que, inicialmente, iria homenagear os pais na carta. Mas depois percebeu que este seria tema comum. Na época, os noticiários sobre Brumadinho dominavam os canais de televisão e internet.

“Os meus pais são os meus heróis da vida real, mas eu queria homenagear uma pessoa anônima, que é super-herói todos os dias, mas acaba não sendo reconhecida pela sociedade. Quando vi que o piloto que ajudava no resgate de vítimas da tragédia era uma mulher, bombeira, fiquei muito surpresa e impressionada. Achei fantástico. Vi a coragem dela, a bravura, porque ela também corria risco de morte, era uma operação muito arriscada. Foi o que me deu inspiração para escrever”, resumiu a estudante.

Elaine Rebeca também foi homenageada pela ídolo, que lhe entregou uma medalha personalizada pelo Corpo de Bombeiros de Minas Gerais.

Palestra

Durante a programação, Lessa palestrou. Ela falou um pouco de sua trajetória, passando pela preparação para ser piloto de helicóptero, até chegar na operação de Brumadinho. Ensejando motivação, ela mostrou que não estava na operação por um acaso, mas porque encarou o desafio de construir todo um perfil de trabalho e conquistar a confiança dos gestores de Segurança Pública de Minas Gerais.


Para Lessa, as mulheres avançaram muito na conquista de espaços dentro das corporações militares de Bombeiros, dado o pouco tempo de participação delas na corporação. “O grande desafio ainda é cultural em função do comportamento ainda patriarcal da sociedade, em geral, o que tem reflexos nas corporações. Por isso, vez ou outra temos que lidar com alguma situação de preconceito”, considerou a oficial. Na análise dela, existe mais apoio que preconceito dos colegas de farda.

O II Encontro das Bombeiras do Amapá prossegue nesta sexta-feira, a partir de 8h.


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