Cidades

Entenda o escândalo bancário envolvendo o HSBC

Ajudou milhares de correntistas ricos a sonegar imposto



Os dois principais chefes do banco britânico HSBC pediram desculpas publicamente nesta semana por práticas “inaceitáveis” cometidas por sua filial na Suíça. Eles disseram que as desculpas se referiam à falta de controle da instituição sobre operações da filial em anos anteriores. As declarações foram dadas pelo chefe executivo Stuart Gulliver e o presidente do banco, Douglas Flint.

O HSBC é o atual foco de um escândalo bancário iniciado com o vazamento de dados de 106 mil clientes de 203 países que mantinham contas na Suíça.

Autoridades de diversos países investigam supostas evidências de sonegação fiscal e lavagem de dinheiro envolvendo correntistas. Parte dos indícios apontaria ainda para uma “ajuda” dada por funcionários do banco para que clientes ricos evitassem pagar milhares de dólares em impostos.

Vazamentos
A onda de suspeitas sobre o HSBC surgiu em 2007, quando Hervé Falciani, ex-funcionário da área de tecnologia da informação da filial do banco na Suíça obteve os dados de 106 mil clientes de alto perfil em cujas contas tramitavam bilhões de euros.

Entre eles estavam empresários, políticos, estrelas do showbizz e esportistas, mas também traficantes de drogas e armas e suspeitos de ligações com atividades terroristas.

Investigações
Com base nos dados obtidos com Falciani, a França abriu uma investigação sobre cidadãos franceses que estariam mantendo contas secretas na Suíça.

Mas os dados dos documentos deram origem também à chamada “Lista Lagarde”, que resultou em prisões e tentativa de recuperação de recursos financeiros na Grécia, na Espanha, nos Estados Unidos, na Bélgica e na Argentina.

O governo britânico recebeu a lista e identificou mais de mil sonegadores. Cerca de 135 milhões de libras foram recuperadas silenciosamente e uma pessoa foi detida.

O jornal francês Le Monde também deve acesso aos dados e repassou os documentos para um consórcio internacional de jornalistas chamado ICIJ.

As investigações culminaram com as próprias autoridades suíças investigando a filial do banco. Neste ano, policiais foram às instalações da empresa no país para recolher evidências sobre eventuais crimes cometidos.

Brasil
Os documentos vazados por Falciani também incluem dados sobre 5,5 mil contas secretas de brasileiros, entre pessoas físicas e jurídicas, com um saldo total de US$ 7 bilhões (cerca de R$ 19,5 bilhões).

Brasil, de acordo com o consórcio de jornalistas ICIJ, está em nono lugar na lista de 203 países com a maior quantia em dólares nos documentos vazados da filial suíça.


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