Estado e Embrapa avaliam estratégias para combater doença que atinge plantação de mandioca na zona rural de Macapá
Estudos preliminares apontam que a situação se deve às condições climáticas, com estiagem e alta temperatura do solo no Amapá
O Governo do Amapá e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) trabalham para traçar estratégias de enfrentamento às espécies de fungos e ácaros que atingem cerca de 20 hectares de plantações de mandioca na comunidade de Mel da Pedreira, na zona rural de Macapá.
No local, são utilizadas sementes melhoradas, provenientes do estado do Pará. Estudos preliminares apontam que a doença no plantio se deve às condições climáticas, uma vez que o Amapá enfrenta, nos últimos meses, a falta de chuvas, clima seco e temperatura elevada do solo.
Mesmo com as chuvas ou montagem de sistemas de irrigação, as avaliações evidenciam que, na próxima safra, em 2024, será necessário mudar as áreas de plantio.
“O que podemos observar é a proliferação de fungos e ácaros atacando o plantio de mandioca e isso ocorre devido à completa ausência de chuvas, ou seja, a falta de água deixou a planta frágil e debilitada como consequência dessas doenças, que afetam principalmente as raízes”, informou o pesquisador da Embrapa, Adilson Lima.
Equipes da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Rural (SDR) e do Instituto de Extensão, Assistência e Desenvolvimento Rural do Amapá (Rurap) monitoram a situação.
“Líderes das comunidades nos procuraram para informar que as plantações de mandioca estavam sofrendo com ataques de pragas. Então, enviamos uma equipe técnica que identificou, inicialmente, a propagação de fungos e ácaros, em função da forte estiagem. Agora, estamos alinhando os laudos técnicos para iniciar as ações de combate a essa situação na região”, destacou o secretário da SDR, Kelson Vaz.
Os órgãos envolvidos nos trabalhos de análises já confirmaram que a doença que atinge as plantações de Mel da Pedreira não é a mesma já identificada nas comunidades indígenas de Oiapoque.
Os serviços, agora, se concentram nas pesquisas para emissão de laudos que permitirão inserir o município de Macapá no decreto emergencial da mandiocultura, que está vigente desde julho deste ano para dar maior celeridade nas tomadas de decisões com foco em auxiliar produtores e avaliar alternativas para enfrentar as doenças.
Efeitos da estiagem
A doença causada pela estiagem atinge 20 produtores de Mel da Pedreira, que perderão cerca de 25 toneladas de raízes por hectare. A perda traz impactos para a economia local, uma vez que o volume que seria comercializado pelas famílias em feiras de Macapá e Santana.
“De todo, o plantio da minha família, de dois hectares, esperávamos tirar cerca de 40 toneladas de raízes, mas, infelizmente, só conseguimos colher cerca de 400 quilos”, informou o produtor rural Paulo Souza.
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