Cidades

Historiadora relata forte articulação política para passar projeto que regulamenta profissão

Educadora que preside seccional local da Associação Nacional de História vai ao rádio relembrar os bastidores e a importância do reconhecimento.


Cleber Barbosa
Da Redação

 

A professora universitária Lara de Castro, da Universidade Federal do Amapá (UNIFAP) foi ao rádio nesta segunda-feira (17) para repercutir a promulgação da lei que regulamenta a profissão de historiador no Brasil. Falando ao programa Café com Notícia, na Diário FM (90,9), ela disse que a proposição legislativa chegou a ser vetada pelo presidente Jair Bolsonaro, mas uma forte articulação no Congresso Nacional derrubou o veto e o novo texto passará a vigorar após a publicação.

 

Segundo ela, trata-se de uma luta que vinha sendo travada há pelo menos 60 anos no país por toda uma categoria ávida por este reconhecimento.

 

“Como o Amapá teve um protagonismo importante para a aprovação e destravamento dessa pauta, no Congresso e também na Associação Nacional de História, da qual sou presidente da Seccional Amapá, a nossa comemoração é ainda maior, junto à imprensa, aos colegas, os ouvintes, pois é um momento muito importante”, celebra.

 

A propósito, ela diz que o cenário em questão diz respeito a ataques às ciências humanas e à produção do conhecimento histórico, daí ser um gosto de vitória triplicado.

 

A especialista esclareceu que não se tratava de uma única proposição que precisava ser destravada, mas foram várias tentativas ao longo da história do país, desde o século passado.

 

“O primeiro projeto data da década de 60, mas que foi engavetado em virtude da ditadura militar e sequer passou por alguma comissão sendo engavetado. Posteriormente, na década de 80 e até 90 vários projetos foram submetidos, alguns foram reprovados, ora na Câmara, ora no Senado, enfim uma batalha bastante antiga”, recorda.

 

Por fim, ela lembra que existem outras carreiras científicas devidamente regulamentadas, como a dos arquivistas, os arqueólogos, os geógrafos e os físicos, mas a profissão do historiador e da historiadora não eram regulamentadas até então, não só para garantir as prerrogativas e direitos, como também a previsão de cargos específicos em concursos público.

 

“O papel do historiador é lembrar a sociedade daquilo que ela quer esquecer”, disse parafraseando Peter Burke, famoso historiador internacional.

 

Integrantes da bancada federal do Amapá, como os senadores Randolfe Rodrigues (REDE) e Lucas Barreto (PSD), além dos deputados federais Marcivânia Flexa (PCdoB), Camilo Capiberibe (PSB) e Acácio Favacho (PROS) foram algumas lideranças locais apontadas por ela como tendo hipotecado apoio ao pleito dos historiadores.


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