Cidades

Infectologista explica sobre surtos de varíola dos macacos em diversos países

Segundo o médico Anderson Walter, existem grandes chances de o Brasil ter casos da doença.


Lana Caroline
Da Redação

 

O surgimento de vários surtos de varíola dos macacos em países europeus, norte-americanos e até na Oceania, está deixando a Organização Mundial da Saúde (OMS) em alerta sobre a doença e os cientistas estão investigando o que está acontecendo.

Segundo o médico infectologista e professor do curso de medicina na Universidade Federal do Amapá (Unifap), Anderson Walter, o vírus circula no mundo desde 1970, mas se manifestou apenas na África. “Antes esse vírus era transmitido quando as pessoas tinham contato com algum macaco ou quando se alimentavam com a carne dele. Entre os anos de 2017 a 2018, o vírus pode ter sofrido uma mutação e ter iniciado a transmissão para os humanos e de pessoa para pessoa. Com base nos relatórios do Instituto Butantan, ela é parecida com a catapora e é mais intensa. Estamos verificando outros meios de contaminação, mas o que sabemos é que ela se transmite através do contato direto da pessoa contaminada ou com alguma lençol de cama, por exemplo”, disse.

Alguns estudos estão sendo feitos e foi constatado que a vacina contra a varíola humana, erradicada há mais de 40 anos no mundo, está sendo eficaz para o combate a esse surto. “A OMS está analisando, junto com alguns países, uma campanha de vacina em relação à variola dos macacos. Precisamos esperar para ver como essa doença vai se comportar, se vai virar pandemia ou não”, afirmou o professor.

A projeção epidemiológica, que dá uma probabilidade pra mais ou pra menos de uma infecção, feita pelo Instituto Butantan, é que o Brasil tem chances de ter casos da doença. Como a varíola dos macacos é uma doença autolimitada e com 1% de letalidade, é preciso ter alguns cuidados. “Mesmo não tendo uma letalidade alta, o nosso país tem a chance de ter casos da doença. Para evitar que essa letalidade venha acometer algum familiar é preciso ter cuidados, como o hábito de lavar as mãos, usar álcool e evitar sair de casa quando as feridas estiverem no corpo”, comentou.

 

Sintomas
Os sintomas iniciais da varíola dos macacos incluem febre, dor de cabeça, dores musculares, dores nas costas, linfonodos inchados, calafrios e exaustão. Lesões na pele se desenvolvem primeiramente no rosto e depois se espalham para outras partes do corpo, incluindo os genitais. As lesões na pele parecem as da catapora ou da sífilis até formarem uma crosta, que depois cai.


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