Cidades

Juíza ensina que mulher grávida deve ser tratada com empatia e amor

Alaíde de Paula, presidente do Comitê de Mortalidade Materna, Infantil e Fetal aponta a importância do pré-natal e o olhar diferenciando que a gestante deve receber em razão da pessoa muito sensível em que ela se torna


Douglas Lima
Editor

 

A juíza do Tribunal de Justiça do Amapá (Tjap), Alaíde de Paula, titular da 4ª Vara Cível e de Fazenda Pública, falou na manhã deste sábado, 7, no programa ‘Togas e Becas’ (Diário FM 90,9), a respeito do Comitê de Mortalidade Materna, Infantil e Fetal (CMMIF), do qual ela é a presidente, tendo como suplente a servidora Sônia Ribeiro, que é secretária da Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar (Cevid/Tjap) e que também esteve no estúdio da emissora.

 

A magistrada Alaíde explicou que o comitê que ela dirige busca dar visibilidade à questão da mortalidade materna, na tentativa de identificar meios que possam impedir essa ocorrência e também fetos e mortes de recém-nascidos.

 

A representação também busca profissionais de saúde na ponta do atendimento, capazes de identificar e reconhecer a gravidade de uma ocorrência e tomarem atitudes acertadas, em tempo oportuno, sabendo o fluxo do protocolo a ser utilizado na situação concreta.

 

Segundo a Constituição Federal, as situações de saúde e como elas impactam nas mulheres, nos infantes e nas famílias, merecem proteção especial do Estado, tornando-se isso fundamental diante das mazelas sociais, das dificuldades geográficas e históricas de populações como a ribeirinha, indígena, quilombola e de áreas sociais vulneráveis.

 

 

O CMMIF é constituído por mais de 30 instituições de saúde e de educação, além do Ministério Público, Defensoria Pública, Tribunal de Justiça, universidades e conselhos de vários direitos. Durante a entrevista foram divulgados dados do Sistema de Informação da Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, dando conta de que em 2023 no Amapá houve 12 óbitos, nove em 2024 e agora, em 2025, duas mortes, sendo que cinco estão em investigações.

 

A doutora Alaíde observou que há necessidade de um olhar carinhoso e de cuidado com a mulher grávida, e que como há muitas mortes, o comitê busca ainda apresentar projetos e ações para que as mulheres tenham consciência da necessidade de fazer o pré-natal.

 

A magistrada disse que em virtude do pré-natal ser importante, é aconselhado que a mulher, ao descobrir a gravidez, procure a UBS para constatar o seu estado que, em caso positivo, deve imediatamente receber os serviços corretos durante os nove meses da gestação.

 

“Tomadas essas providências, isso pode evitar alguma mortalidade antes do parto ou mesmo no parto, sim que ainda temos mortes após o parto, no estado puerperal da mulher, e do recém-nascido e ou do feto, mas o pré-natal é essencial”, ensinou Alaíde de Paula.

 

A juíza observou ainda que conscientização também deve ter toda a classe da saúde, seja da pública, suplementar ou particular, para quando a mulher chegar receber um olhar de paciência, de empatia e de amor, porque ela com o filho no ventre fica muito sensível.

 

 

A magistrada entende que é preciso investigar, identificar e entender as causas dos óbitos maternos, infantis e fetais, não só para compreender, como também propor medidas de intervenção para redução e melhoria da qualidade da assistência à saúde materno-infantil, por meio de recomendações que surgem a partir dos estudos dos casos.

 

 


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