‘Missa dos Quilombos’: “Viemos como a pororoca, arrebentando tudo”, diz Padre Paulo
Com 30 anos de celebração, momento sacro ocorre nesta segunda-feira, 20, no bairro do Laguinho

Wallace Fonseca
Estagiário
A Missa dos Quilombos ocorre nesta segunda-feira, 20, a partir das 19h30, no bairro do Laguinho. A celebração faz parte da programação do ‘Encontro dos Tambores’, mas como relembra Padre Paulo, “são 28 encontros, participei destes 28, a missa é anterior, são 30 anos de celebração”.
“Começamos aqui em 1992, no Laguinho, a terceira missa foi no Curiaú, havia incerteza, o preconceito contra os povos de matriz africana era muito grande. Nossa luta é contra a intolerância, devemos ser contra todo tipo de segregação, de ódio”, disse o Padre em entrevista ao programa LuizMeloEntrevista (Diário FM 90,9), desta segunda-feira, 20.
“É difícil numa sociedade quebrar paradigmas, mudar conceitos, às vezes levam décadas para mudar a cabeça das pessoas. Viemos como a pororoca, arrebentando tudo, vivemos dias difíceis de intolerância, de ódio”, lamentou o Padre.
“A celebração dos quilombos no Amapá é a coisa mais revolucionária que existe no movimento negro, é doidice, é loucuca, não existe no resto do Brasil”, disse Padre Paulo.
De início programado para às 19h30, o Padre aconselha: “Cheguem uma hora antes, preparamos atrações, esteja desde o início, a melhor parte é nos 30 primeiros minutos”, concluiu.
Acerca da origem do momento sacro, Padre informou: “A celebração dos quilombos nasceu em 1982, em Mariana, Minas Gerais, reuniram-se três personalidades: Milton Nascimento, Pedro Terra, e Dom Pedro Casaldáliga, que continua sendo o bispo mais revolucionário do mundo. Lá compuseram a Missa dos Quilombos, um dos melhores discos do Milton Nascimento”.
“Lutamos contra pessoas que não aceitam uma sociedade plural, que pensa diferente, age diferente e faz escolhas diferentes, temos que respeitar a democracia, respeito na diversidade, a celebração é tudo isto. Hoje vamos arrebentar”, concluiu Padre Paulo.
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